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VÍDEO: Socióloga explica razões dos ataques às escolas e crescimento do neonazismo: “É só a ponta do iceberg”

Lindalva Cruz é socióloga, professora e pesquisadora da UNIFSM, e falou que pesquisas apontam o crescimento da extrema direita no país como responsável pelo aumento dessa violência

Por Priscila Tavares

19/04/2023 às 15h48 • atualizado em 19/04/2023 às 16h06

Durante sua participação no programa Diário News, da TV Diário do Sertão, a socióloga, professora e pesquisadora do Centro Universitário Santa Maria (UNIFSM), Lindalva Cruz, explicou quais as razões dos ataques às escolas no Brasil e aponta crescimento do neonazismo no país.

“Como professora, socióloga eu vou trazer elementos que nos ajudam a compreender que a violência às escolas é apenas a ponta de um iceberg e revela uma sociedade totalmente despreparada para se auto conduzir”, destacou a professora.

Lindalva Cruz falou sobre uma pesquisa que ressalta a violência nas escolas como um fato antigo, desde a época da palmatória, bullying e mais recente o cyberbullying. Ela aponta ainda o material didático onde a maior parcela da sociedade é excluída, deixando apenas um grupo social como protagonista.

“Nós recebemos um material escolar que não comtempla a diversidade da nossa sociedade. Hoje, sobretudo, nós temos algo muito preocupante que o nosso material didático não trabalha a questão da formação do ser humano, se preocupa muito em criar um ambiente escolar de formatação da pessoa e ai nós vamos tirando, inclusive dos conteúdos de formação, as Ciências Sociais e Humanas que são um direito para seu desenvolvimento enquanto ser humano e você termina transformando essa pessoa num mero técnico para servir o mercado”, falou a socióloga.

A pesquisadora explica que a adolescência é onde o indivíduo fica vulnerável e mais susceptível aos grupos que estimulam a violência.

“Uma geração que está saindo da sua fase de criança, ainda não é adulto, ou seja, ele perde aquela referência do eu que era pai e mãe, ainda não tem o seu eu totalmente formado e está vulnerável a esses grupos organizados; e estimulado a partir do recrudescimento da extrema direita usando, sobre tudo, a questão da violência”, falou.

A professora disse que apesar do destaque estar nas escolas a violência é algo que está instalado no Brasil. Ela falou que pesquisas apontam o crescimento da extrema direita no país como responsável pelo aumento dessa violência.

“O recrudescimento da extrema direita no Brasil fez com que os instrumentos mais usados, que é o ódio e a violência, se tornassem ícones. Nós passamos a usar os ícones do nazismo, do neofascismo, nós passamos a banalizar esses ícones. Se nós olharmos, a violência foi estimulada a partir dos espaços públicos, o ódio a partir dos espaços públicos”, destacou a professora.

“Hoje o Brasil, de acordo com os estudiosos, está para o mundo como o país mais neonazista e mais neofacista. As escolas são a ponta de um iceberg de uma sociedade que está doente”, completou a socióloga.

DIÁRIO DO SERTÃO

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