Clubes brasileiros dominam Libertadores e Sul-Americana; por que essa diferença?
Os clubes nacionais foram os destaques das últimas Copas Libertadores da América conquistando quatro títulos dos últimos cinco disputados.
O que podemos observar ultimamente é que os clubes brasileiros têm dominado por completo o futebol jogado no continente Sul-Americano. Em 2021, por exemplo, tivemos na final da Copa Sul-Americana realizada no Estádio Centenário de Montevidéu no Uruguai, o Athletico-PR contra o Red Bull Bragantino e na Copa Libertadores da América a disputa final colocou frente a frente o Flamengo e o Palmeiras.
Uma final brasileira nunca tinha acontecido na Copa Sul-Americana. Entretanto isso já tinha acontecido antes na Copa Libertadores da América onde por quatro vezes os brasileiros já se enfrentaram em uma final.
Os clubes nacionais foram os destaques das últimas Copas Libertadores da América conquistando quatro títulos dos últimos cinco disputados. Por isso, quem visitar as casas de apostas e olhar as competições sul-americanas terá que dar atenção especial para os times brasileiros.
Luta eterna contra a Argentina
O Brasil se aproxima cada vez mais da maior campeã da competição, a Argentina, que possui 25 títulos enquanto nós temos 21 troféus conquistados. Essa mudança que vem alterando o panorama do futebol em nosso continente com certeza pode ter uma explicação bastante simples.
A primeira delas decorre do aumento do número de vagas na competição, onde o Brasil ficou com 7 vagas na Libertadores e a Argentina com 6, sendo que os países restantes têm apenas quatro vagas cada um.
No caso dos clubes brasileiros existem três caminhos para se obter uma vaga na Copa Libertadores:
● Ficar entre os seis melhores classificados no Campeonato Brasileiro. Dentre os seis, os 4 primeiros classificados ganham uma vaga direta na fase de grupos e os restantes uma vaga na chamada pré-Libertadores.
● Uma vaga é dada para o campeão da Copa do Brasil
● Uma vaga por merecimento ao campeão da Copa Libertadores anterior
A situação econômica de nossos vizinhos do continente não tem sido das melhores e isso afeta profundamente as receitas obtidas pelos clubes. Apesar de também estarmos passando por uma crise, os clubes brasileiros possuem um poder econômico infinitamente superior aos clubes rivais.
O dinheiro explica
Além disso, nosso mercado consumidor é incomparavelmente maior do que todos os países vizinhos, afinal são milhões e milhões de apaixonados por futebol, o que permite vultosos patrocínios e rendas, o que não ocorre nos outros países.
Isso permite contratações de grandes estrelas que estavam jogando na Europa e retornam ao nosso país ainda em condições de exercer um futebol de nível elevado, apesar de terem uma idade mais avançada para um atleta profissional.
Os contratos de direitos de transmissão pagos pela TV brasileira aos clubes nacionais são imensamente superiores aos pagos em outros países do continente como, por exemplo, os pagos na Argentina. As diferenças de valores que envolvem os patrocínios são simplesmente incomparáveis.
A concorrência entre a rede Globo e outros canais de televisão pelos direitos de transmissão permitiu um aumento considerável de receita aos clubes e como é uma das principais fontes de arrecadação, o panorama do futebol nacional acabou se alterando.
A massiva participação dos torcedores através dos programas de sócios-torcedores, somadas as transferências de jogadores fez o orçamento dos clubes terem um crescimento significativo.
Com todo esse poder financeiro os clubes nacionais repatriam jogadores, fazem contratações no mercado sul-americano e trazem treinadores europeus e inclusive argentinos graças ao atrativo não só financeiro como também por dar a possibilidade de trabalhar no maior e mais importante mercado de futebol do continente.
Segundo um relatório da Pluri Consultoria feito em 2019 mostrando as receitas dos clubes da Américas do Sul, Norte e Central, podemos observar a distância abismal de receitas entre os clubes.
Dentre os 20 pesquisados, os dez com maiores receitas são brasileiros e apenas quatro argentinos. Nosso país, com uma economia pujante, oferece condições econômicas para que clubes bem administrados cresçam, o que não ocorre no mesmo ritmo na Argentina, nosso principal rival.
Os clubes argentinos, além de sofrerem com a crise econômica do país que parece não acabar nunca, ainda sofrem com as políticas e crises da Associação de Futebol Argentino (AFA).
Os melhores clubes do país como o Boca, River, Estudiantes e Independiente não conseguem voltar a seus tempos áureos quando dominavam a Copa Libertadores da América, ganhando juntos 25 títulos. Se continuar assim, o Brasil logo deve encostar e passar esse número.
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