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Adjamilton Pereira

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Um tema pertinente

28/03/2012 às 23h00

A saúde não implica apenas ausência de doença. O conceito envolve múltiplas dimensões da vida e abrange aspectos sociais, econômicos, culturais, religiosos. Com essa compreensão a Campanha da Fraternidade que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove este ano, tendo como tema Fraternidade e Saúde Pública, vêm se constituindo num espaço para a discussão e a reflexão sobre as condições em que, no Brasil, recursos, serviços e equipamentos públicos de saúde estão sendo disponibilizados para o atendimento das necessidades básicas da população. E, mais ainda, como estes serviços respondem a um dos princípios basilares da constituição do Sistema Único de Saúde (SUS), qual seja, a universalidade.

Com um material farto em subsídios sobre a relação histórica entre saúde e salvação como entendimentos que, ao longo da história, a religião constituiu para defender a vida, a CNBB também empreende uma minuciosa análise da saúde pública no Brasil e de como ainda são frágeis as políticas públicas e, sobretudo, as ações de governo, no sentido de constituir um serviço púbico de saúde que, genelarista e universalista, perceba o paciente como ser humano que carece de um atendimento humanizado, sem as humilhações das filas infindáveis, dos longos prazos de exames especializados, das superlotações que obrigam a peregrinações antecipadoras da morte.

Outro aspecto que a Campanha atenta é para o fato de que a saúde não se restringe a prática curativa. Ela envolve aspectos como uma alimentação saudável que traz como implicação a segurança alimentar, ou seja, que todos tenham não apenas os alimentos na mesa, mas que eles atendam as necessidades nutricionais e não representem perigos a saúde, através da contaminação de agrotóxicos. Que todos habitem um ambiente saudável, seguro, com requisitos mínimos para um desenvolvimento físico e mental satisfatório. Que todos tenham acesso a serviços públicos de educação, a um trabalho que dignifique e não degrade a condição humana. Que todos tenham um meio ambiente preservado e equilibrado.

Enfim, o debate sobre a saúde carece ter como diretriz fundamental a “promoção da saúde, a prevenção de doenças, a proteção das vulneráveis presas fáceis de manipulação e a precaução frente ao desenvolvimento biotecnológico”. Para a CNBB, estes pressupostos significam “proteção da população frente a possíveis riscos de danos moralmente inaceitáveis, quer sejam uma ameaça à saúde ou à vida humana, ameaças de danos graves e irreversíveis, injustos com as gerações presentes e futuras”.

Para que se consolide uma sociedade assentada na justiça, na equidade e na solidariedade entre os seres humanos, não se justificam injustiças decorrentes das desigualdades sociais e que se refletem nas problemáticas condições da saúde pública no Brasil.
 


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira é Jornalista e Advogado, natural de Cajazeiras, com passagens pelos Jornais O Norte e Correio da Paraíba, também com atuação marcante no rádio, onde por mais de cinco anos, apresentou o Programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, além de ter exercido a função de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

Adjamilton Pereira

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Adjamilton Pereira é Jornalista e Advogado, natural de Cajazeiras, com passagens pelos Jornais O Norte e Correio da Paraíba, também com atuação marcante no rádio, onde por mais de cinco anos, apresentou o Programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, além de ter exercido a função de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Cajazeiras.

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