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Cristina Moura

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Trovão Azul

24/06/2022 às 09h17

Atlético de Cajazeiras (Trovão Azul do Sertão)

Por Cristina Moura

Atlético, meu amigo, que bom. Você reagiu de maneira elegante. Quero crer na sua realidade. Quero imaginar sua essência viva, bem viva, para tantos campeonatos que forem possíveis. Quero ver seu olhar, sua bela estatura, seu ímpeto. Parece que foi tudo muito barulhento, mas não como um trovão mesmo, daquele de balançar a igreja. Foi um vento leve, apenas.

Vou continuar usando seu apelido, amigo, com tranquilidade. Trovão Azul. Não houve o que trovejar tanto neste ano, mas a torcida não perde a esperança. Fiquei imaginando um jogo. Naquela falta dentro da área, o juiz não entendeu como pênalti. Ficou mais difícil. Naquela outra falta, em que o adversário foi expulso, foi mais doloroso. Apito final.

Torço sempre pela sua recuperação, amigo. Torço, e ainda mais forte, para que você mantenha uma legião cada vez maior de amigos. Somos nós que conseguimos pensar em perdoar, por exemplo, um placar cruel, com sete do adversário. E tem empurrão, cabeçada, tropeço, cotovelada, mordida. De tudo acontece.

Quantos treinos serão necessários para uma espécie de ressureição, não sei. Mas uma campanha bem definida, sabemos, funciona como base para todo o conjunto de treinamentos. Sim. Amigo, é penoso não ver sua equipe arrancar nesse sertão e brilhar no agreste, no brejo ou no litoral. Fiquei imaginando como seria essa arrancada. Como o atleta volante, que sabe visualizar o cenário e planejar uma jogada magistral. Toda a equipe, de prontidão. O zagueiro, que se responsabiliza pela guarda do que é sagrado. O goleiro, que agarra, honra sua missão. O atacante, que encontra a melhor maneira para se infiltrar na grande área, pontuar, chutar. Gol. Fome de gol.

Amigo, eu sinto que você está prestes a voltar a essa empreitada toda. Vamos continuar a escutar a batucada. Ao redor, agita, anima, levanta, chama a goleada. Quero acreditar que você ainda é meu time do coração. Que ainda é representante da cidade na qual nasci. Que aqueles olhinhos brilhantes dos meninos da arquibancada podem usar seu exemplo como sonho ou inspiração. Que sua história merece ser contada e recontada. Que seus torcedores existem. Que seu céu estrondoso vai trovejar daqui a pouco.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Cristina Moura

Cristina Moura

Jornalista e Professora cajazeirense, radicada no estado do Espírito Santo.

Contato: [email protected]

Cristina Moura

Cristina Moura

Jornalista e Professora cajazeirense, radicada no estado do Espírito Santo.

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