Significado do livro da ACAL
Na próxima quarta-feira, dia 21 de agosto, será lançado o livro Patronos e Patronesses, uma coletânea de 38 perfis biográficos de personagens que contribuíram para engrandecer a educação, as artes e as letras de Cajazeiras e projetar lá fora o nome da cidade. O evento, de responsabilidade da Academia Cajazeirense de Artes e Letras, ocorrerá no Teatro Ica. A escolha não foi aleatória.
O local é emblemático para os cajazeirenses, tanto quanto foi significativa a presença entre nós de Íracles Brocos Pires. Personalidade altiva e coerente, como a qualificou Nonato Guedes, essa extraordinária animadora cultural imprimiu dinâmica inovadora à encenação teatral, à declamação de poesias, à radiofonia em Cajazeiras. A morte prematura de Ica nos privou de muito mais. Agora, imortal em duplicidade, seu legado está aí impregnado nas gerações seguintes.
Outro aspecto a destacar, na festa literária e artística de quarta-feira, é sua inclusão no programa oficial da prefeitura comemorativo dos 156 anos de nascimento do padre Inácio de Sousa Rolim. Aliás, data associada à emancipação político-administrativa do município, por decisão do poder público municipal, em lei polêmica, que se mantém em vigor, apesar de chancelar um enorme erro histórico. A inserção do lançamento do livro da ACAL na programação oficial da prefeitura de Cajazeiras não é fato isolado. Cresce de significado no tanto em que a gestão de José Aldemir Meireles valoriza, de modo efetivo, as artes e as letras, no seu sentido mais amplo. E cumpre à risca, por exemplo, a lei nº 1.891/20210, que criou o FUMINC.
E veja que o clima político nacional não é nada favorável. Muito pelo contrário, aí está o desmonte da escola pública, ao lado de delirante caçada a manifestações culturais, sobretudo, às que se originam em minorias sociais, ideológicas e étnicas ligadas à história e à cultura popular. Isso se dá sob o signo do governo do capitão Jair Bolsonaro, imaturo, preconceituoso, inconsequente, notoriamente despreparado para ocupar a presidência da República.
Patronos e Patronesses é um livro de 500 páginas.
As biografias são variadas tal qual os caminhos dos personagens, percorridos em diferentes tempos históricos, desde a transformação da fazenda das cajazeiras em arruado até nossos dias. Alguns esboços biográficos irão surpreender, graças aos aspectos novos, identificados pelos acadêmicos que garimparam a vida e o contexto social, econômico, político e religioso de seus patronos e patronesses. Até historiadores – afeitos à leitura de papeis velhos e de hemerotecas digitais em busca de respostas para suas dúvidas -, até mesmo esses pesquisadores encontrarão no livro instigantes novidades. Embora tendo lido poucas das 38 biografias, não tenho dúvidas em afirmar que o livro da ACAL trará forte motivação para novos estudos a respeito da história de Cajazeiras.
Com a difusão do Patronos e Patronesses, a ACAL contribui para a preservação da memória de Cajazeiras. E espera, em contrapartida a esse poderoso estímulo, uma postura ativa da sociedade. Incentivo, aliás, que será ampliado pela própria Academia, ao buscar efetiva integração com os núcleos educacionais, professores e estudantes de todos os níveis de ensino, bem assim dos clubes de serviços e entidades representativas do interesse coletivo de nossa terra.
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