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Francisco Cartaxo

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Segue o artigo da semana

17/10/2016 às 09h37

Com esta frase prosaica, segue o artigo da semana, eu envio o texto para o Gazeta do Alto Piranhas. Toda quarta-feira à noite. Faz muito tempo que cumpro essa rotina. Desde julho de 2004, quando aceitei desafio feito pelo professor José Antônio de Albuquerque, entre lamentações pela ausência de contribuições permanentes para a página de opinião de seu jornal. Nesses doze anos – isso mesmo doze anos -, foram pouquíssimas as semanas sem artigo novo. Quando, por desventura, há falha, o diretor Zé Antônio não esquenta. Recomenda a Isabele Albuquerque escolher crônica antiga atemporal, a fim preencher o espaço. Assim, vez por outra, reaparece um personagem ressuscitado numa crônica falsamente nova.

O leitor nem sequer nota.

A tarefa de selecionar o artigo substituto fica cada vez mais fácil. Conquanto não falte assunto para explorar, tenho usado a oportunidade da comunicação semanal com o leitor para testar escrita de ficção. Nestes casos, começo com uma frase simbólica: Era uma vez, feito história da carochinha. Meu intuito não é enganar ninguém, querendo vender gato por lebre. Ou melhor conto por crônica. Até porque as duas modalidades de narrativa literária têm uma fronteira sutil, quase indistinguível. Há poucas semanas, Dirceu Galvão caiu no conto do conto. Ao receber o texto O olhar da filha do juiz, ele me pediu por e-mail uma dica, acredito, para ajudá-lo na escolha da ilustração do artigo a publicar no seu www.setecandeeiroscaja.com.br. Amante da terrinha, tanto quanto eu, ele torcia para que o juiz ou a filha fosse de Cajazeiras. Pelo menos foi assim que interpretei o pedido do criativo blogueiro e brilhante advogado.

É ficção pura, Dirceu, eu lhe respondi.

E não lhe enganei. Nem a ele nem a ninguém. Tanto que o Era uma vez, lá está na abertura da trama, criada pela imaginação do autor. E aí, você tirou do nada? Perguntaria a curiosa leitora. Claro que não, amiga. Mas dar corpo e alma ao personagem é outro babado. A tarefa de ilustrar com imagem a página foi resolvida por Christiano Moura, no seu www.coisasdecajazeiras.com.br., de forma direta: abriu o conto com a imagem de dois olhos. Insinuante olhar que tanto me impressionou ao ponto de duvidar de minha própria criação ficcional!

Então, reli o miniconto, deitei meus olhos nos olhos da moça que o ilustra e, pasme leitor, cheguei a pensar que a filha do juiz existe. De verdade. De carne e osso e olhos vivos e amor e paixão. E não é apenas fruto da fantasia deste velho escritor.

Dirceu Galvão optou por caminho semelhante. Resolveu seu pequeno problema de editor do blog, postando uma foto de impressionante olho claro e grande e cheio de luminosidade. E logo em seguida jogou estas pimentas:

O enigmático texto do nosso Frassales. Quem será a filha do juiz? E quem merece o seu olhar arrebatador?

Sabino Filho, por outros caminhos, foi mais longe e arriscou a declinar o nome do juiz… Engano puro. Narro este insignificante episódio para dizer que ele se refletiu no meu dia a dia de intelectual, ao perceber que terceiros identificam o caráter verossímil daquela trama, na verdade um conto curto. Isso me fez retomar, com mais ânimo, a escrita de romance iniciado no primeiro semestre. Ele já vai com doze páginas, a sofrer modificações a cada releitura, como é normal nesse tipo de narrativa. Agora vou levar mais a sério ainda a tarefa.

P S – Além dos blogs citados no texto, estes transcrevem também meu artigo semanal do Gazeta do Alto Piranhas, www.diariodosertao.com.br, de Petson Santos, www.altosertao.com.br, de Beto Lima e, mais recente, o www.blogdofurao.com.br, de Eutim Rodrigues.

Francisco Frassales Cartaxo


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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