Petrobras, espuma eleitoral e o traque
Por Francisco Frassales Cartaxo
A Petrobras está na vitrine, mas agora o juiz Sérgio Moro não protagoniza sua cruzada anticorrupção, aliás, desmoralizada no vaivém das tramas, trocadas pelo oportunismo político, que o levou ao ministério da Justiça. Deu no que deu. O sonho de ser presidente da República não resistiu sequer à filiação partidária. Assim, ele vai terminar em Maringá! Mudaram o status da Petrobras. Querem transformá-la em causa da inflação, espantalho de políticos no poder. De empresa falida no propinoduto, agora, é acusada de lucro excessivo à custa do sofrimento do povo, na fala irresponsável de Arthur Lira, referindo-se ao excepcional balanço financeiro da estatal.
Pura espuma eleitoral.
Espuma eleitoral para esconder o fantasma, já desenhado, que brotará das urnas em dois de outubro. Daí porque o presidente da República e seus devotos se lançam com ferocidade contra as urnas eletrônicas, uma experiência brasileira, aperfeiçoada a cada pleito, sob o olhar dos países democráticos do mundo. Que querem? Toldar o ambiente de desconfianças, a fim de lançar nefastas redes autoritárias.
Um pouco de história faz bem.
A Petrobras nasceu numa época em que sisudos homens de gravata juravam não existir petróleo no Brasil. Tá lembrado de Monteiro Lobato? Acusado, perseguido e preso! E não foi ele só. A campanha o petróleo é nosso ganhou as ruas, o povo debaixo de cassetetes. Militares nacionalistas, preocupados com a entrega aos trustes internacionais de um bem estratégico para nossa autonomia, apoiaram a iniciativa. Até a velha UDN, liberal, moralista e frequentadora de quartéis, deu aval a Getúlio Vargas para a aprovação da Lei 2.004, de 3 de outubro de 1953.
Um tiro no alvo.
Sob saraivada de previsões pessimistas, a Petrobras formou técnicos e foi cavando poço, aqui e acolá, Brasil adentro. Cada jorro do óleo era uma festa patriótica. Acumulou expertise ao longo dos anos, até a ousada ofensiva de extração do óleo no fundo do mar. Ah, não tem viabilidade, diziam. O derrotismo teleguiado errou de novo. Venceu a tecnologia desenvolvida no Brasil. E foi graças a essa perseverança que hoje pouco dependemos do petróleo alheio e exibimos a pujante Petrobras, patrimônio e orgulho do povo brasileiro.
O desastre é ter quatro presidentes da Petrobras em três anos e meio de governo! Já não basta tamanha instabilidade? Agora, querem uma espumante CPI da Petrobras. Já ouço o tiro feito traque de São João…
Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras
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