Patronos da Academia Cajazeirense de Artes e Letras
Semana passada falei que está próxima a instalação da Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Hoje dedico atenção aos Patronos. Antes, porém, lembro que as agremiações desse tipo são entidades tradicionalistas, repletas de rituais e salamaleques. Coisas que vêm do século XVII, quando foi criada, na França, a primeira entidade do gênero. Inaugurada em 1.635, a Academia Francesa serviu de modelo para a Academia Brasileira de Letras, fundada em 1.897, que, por sua vez, inspirou as unidades regionais. Cada uma com suas peculiaridades, claro, ajustadas ao tempo, ao lugar, aos costumes, às idiossincrasias dos fundadores.
A ACAL não fugirá à regra.
O grupo responsável pela formatação da ACAL vem procurando adaptá-la à realidade de Cajazeiras. A ideia é que a Academia funcione como um núcleo estruturado, voltado para preservar a memória da cidade e de seus vultos ligados às letras e às artes, em sua mais ampla expressão e rica diversidade de manifestações. A praxe é homenagear figuras que ofereceram, no passado, contribuição notável, de maneira direta ou indireta, naquele vasto campo. Essas figuras são os Patronos. Serão 40. Número cabalístico. Poderia ser 30 ou 50. O bom senso manda seguir a tradição, inaugurada na França, e até hoje imitada. Talvez por comodismo para evitar exageros na expansão das ilimitadas vaidades humanas!
O Patrono é figura central.
Nem sempre se costuma usar critério objetivo para selecionar os Patronos. Dizem críticos mordazes que a ABL, Machado de Assis à frente, foi um enorme exercício de compadrio, a eleger mediocridades, em detrimento de notáveis figuras da intelectualidade brasileira. Aqui, o núcleo encarregado de montar as bases da ACAL tenta minimizar tais riscos, por meio da fixação de critérios básicos, porém flexíveis, capazes de contemplar, pelo menos, os segmentos mais representativos das artes e das letras cajazeirenses. A escolha dos Patronos é fundamental, pois permitirá, através do estudo biográfico, o registro do contexto no qual o homenageado desenvolveu suas qualidades de ficcionista, poeta, memorialista, historiador, jornalista, educador, radialista, ator, teatrólogo, cineasta, cantor, compositor, folclorista. Ou contribuiu, indiretamente, com ações relevantes em benefício da cultura, no mais amplo sentido.
O Patrono servirá, dessa forma, de estímulo para conhecermos melhor nossa história, supondo-se que o futuro membro-fundador da ACAL realize pesquisa séria para traçar o perfil biográfico de seu tutor. Espera-se com isso concorrer para a preservação da memória da cidade, sob o pretexto de exaltar personagens que contribuíram de alguma maneira para engrandecer Cajazeiras. Na galeria dos 40 Patronos deverão figurar, por exemplo, vultos de nossas origens, como Mãe Aninha e o padre Rolim, padre José Tomaz, ao lado de figuras mais próximos, como Dom Moisés, Vitória Bezerra, Antônio de Sousa, Zé do Norte, Ica Pires, Rosilda Cartaxo.
Como cada membro-fundador terá seu Patrono, é possível alimentar o sonho de congregar na ACAL representação de cineastas, teatrólogos e atores do calibre dos irmãos Lira – Bertrand, Soia, Buda, Nanego -, de Eliezer Rolim, de Marcélia Cartaxo, ao lado de escritores, poetas, educadores, jornalistas, historiadores, como José Antônio de Albuquerque, Irismar Gomes, Gildemar Pontes, Mariana Moreira, Nonato Guedes, Andréia Braga, Reudesman Lopes e outros desse nível.
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