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Francisco Cartaxo

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Padre José Antônio Ibiapina

13/12/2021 às 19h09

Coluna de Francisco Frassales Cartaxo

Por Francisco Frassales Cartaxo

O cearense padre José Antônio Ibiapina, após concluir o curso de direito, em 1832, primeira turma da Faculdade de Olinda, onde logo foi professor. Exerceu mandato de deputado geral pelo Ceará, (1834-1837), com o nome de José Antônio Pereira Ibiapina. Antes de abandonar o Congresso, não aceitou ser ministro. Foi juiz de direito, chefe de polícia no governo de José Martiniano de Alencar, no Ceará. Advogou com prestígio em Pernambuco e na Paraíba. Teria, portanto, carreira política brilhante.

Mas a vida o atravessou de espinhos.

Seu pai foi fuzilado em praça pública e o irmão mais velho preso em Fernando de Noronha, onde morreu! Ambos rebeldes de 1825. A mãe faleceu de parto, quando ele tinha 17 anos. E mais, de volta ao Ceará para casar-se, teve esta surpresa: a noiva fugira com outro.

Ibiapina mudou de rumo.

Optou por ficar junto dos pobres. Virou missionário da bondade e de ações concretas em favor dos pequenos no plano real, religioso, moral. Cuidou da criação e manutenção de 22 Casas de Caridade, da construção, em mutirões comunitários, de açudes, cacimbas, igrejas, capelas, hospitais, cemitérios, numa região carente de tudo. Matou a fome de muitos, onde a presença do poder era repressiva por forças policiais – públicas e privadas -, sob comando de coronéis e apaniguados. Combateu os vícios. Padre Ibiapina missionou em adverso mundo na Paraíba, Ceará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte.

Ibiapina veio a Cajazeiras três vezes.

Em 15 de maio de 1870 inaugurou a Casa de Caridade, iniciada no ano anterior em local indicado pelo padre Rolim, próximo ao futuro prédio do colégio. Em 1869, padre Ibiapina entrou em Cajazeiras vindo de Milagres, onde passara três meses. Ali instalou grande Casa de Caridade, com vivas, fogos e discursos, a começar pelo dele próprio. “Em seguida falaram os doutores Cartacho e Loureiro, professor Xenofonte, estudante Manoel Fêlix e Bernardino Gomes de Araújo”.

O Cartacho citado é o advogado Antônio Joaquim do Couto Cartaxo (hoje meu patrono na ACAL), que, depois de ser juiz municipal em Cajazeiras e deputado provincial na Paraíba (1864-1865) foi residir em Milagres, após casar-se com uma irmã do capitão Miguelzinho, fundador de Mauriti.

A citação acima é do livro A missão Ibiapina, do padre Ernando Luiz Teixeira de Carvalho, que foi o ocupante da Cadeira 36, a quem, com muita honra, sucederei no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, a partir desta sexta-feira, dez de dezembro.

Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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