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Francisco Cartaxo

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Os cangaceiros Viriato

07/06/2024 às 18h03

Coluna de Francisco Frassales Cartaxo

Por Francisco Frassales Cartaxo – O grupo de cangaceiros, conhecido como os Viriato, atuava sobretudo no Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, com forte presença nos dois primeiros estados. O núcleo familiar do grupo tem origem em Pombal, onde morava o capitão José Ferreira de Sousa, conhecido como Capitão Zé da Formiga, em alusão ao nome de seu latifúndio. Ele desempenhou funções públicas, como a de almotacé, na Ribeira do Rio do Peixe, como registra o pesquisador Vicente Wilson Leal, aduzindo:

Durante a revolução de 1817, foi preso como rebelde juntamente com os filhos (padre) José Ferreira Nobre e Manuel, e encaminhado para Pernambuco e depois para a capital da capitania, Paraíba. Liberto em 1818, por determinação do tribunal de alçada, faleceu em 1821.

O capitão Zé da Formiga deixou grande descendência: nove homens e quatro mulheres, que, somados aos genros, exerceram, no tempo do Império, destacado papel no campo econômico, religioso, administrativo, político. Um filho, o coronel Manuel Ferreira de Souza, que foi deputado provincial na Paraíba (1846-1847), integrou a bancada do Partido Liberal, ao lado de figuras como o padre José Antônio Marques da Silva Guimarães e os bacharéis Maximiano Lopes Machado e José Thomaz Arnaud.

Com esse destaque, desejo ressaltar que o núcleo familiar do grupo de cangaceiros, os irmãos Viriato, não era rebelde sem eira nem beira. Ao contrário, os Viriato possuíam grande patrimônio econômico e prestígio político. Ao enveredar pelo crime (quando Lampião sequer havia nascido) ampliaram sua fortuna, como óbvio fruto das ações praticadas, a partir dos meados do século XIX.

Que ações eram essas?

Wilson Leal, no livro Os cangaceiros Viriatos e o povoado de Boa Esperança, (2019), resume, de forma exata, os atos criminosos do grupo, praticados a partir de fazendas localizadas em Boa Esperança, antiga Cangati, hoje distrito de Iara, município do Barro (CE). Diz Leal:

Saiam eles em grupos objetivando assaltos e para onde voltavam com comboios que conduziam os produtos do saque. As comarcas de Icó e Lavras, no Ceará, as de Cajazeiras e Sousa, na Paraíba, e a de Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, constituíam as áreas de ação destes facínoras. (…) o grupo de cangaceiros tornou-se dono da situação, desde Milagres (CE) até Cajazeiras (PB), onde cometiam saques, assaltos, sequestros e assassinatos, praticando atos de terror generalizado e extorquindo as famílias abastadas.

Entre as famílias fustigadas estava a do coronel José Ferreira Guimarães (Cazuza Marinheiro), que manteve fortes entreveros com os Viriato, sobretudo em Santa Fé, onde morava. Isso veremos na próxima semana.

Sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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