O Vice de um depende do Vice do outro

Por Fernado Caldeira

O trocadilho não é para fazer graça. Apenas retrata a exata medida da dependência da jogada de um para que o outro jogue também.

Estou falando da escolha dos vice-governadores nas chapas das pré-candidaturas do atual governador Zé Maranhão (PMDB) e do ex-prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB).

A preço de agora, este último aguarda com paciência chinesa a definição do cargo na base maranhista. E o faz porque sabe que é dessa escolha que definirá a sua.

Isso porque as outras definições já foram tomadas: já apresentaram-se os pré-candidatos a governador e senadores de ambas as chapas. De um lado a chapa governista puxada por Maranhão (governador), Vitalzinho e Wilson Santiago (senadores); do outro a chapa oposicionista comandada por Ricardo Coutinho (governador), Efraim Morais e Cássio (senadores). Como se vê, só faltam os vices de um e outro concorrentes.

Na chapa governista temos representações do Curimataú (Maranhão), Compartimento da Borborema (Vitalzinho) e Alto Sertão (Wilson Santiago). Na chapa oposicionista vislumbramos representações da grande João Pessoa (Ricardo Coutinho), Compartimento da Borborema (Cássio) e Espinharas (Efraim Morais). Nota-se, pois, que Campina Grande já está representada em ambos os lados.

Daí, é possível que o vice tanto de Maranhão quanto de Ricardo não saiam de lá, como se especula. A cidade já este representada nas figuras do deputado Vital Filho (PMDB) e do ex-governador Cássio (PSDB). Assim, não é improvável que Maranhão, diante da negativa de Vené de ser o seu vice, venha a escolher para o cargo um nome de João Pessoa, que em tese não está representada em sua chapa, ou mesmo das Espinharas, que também em tese não está. Luiz Couto (PT), Nabor Wanderley (PMDB), Francisca Motta (PMDB), não sei! Sei que é possível.

E é essa jogada que aguarda Ricardo Coutinho para também posicionar-se no tabuleiro político da sucessão paraibana, preenchendo a vaga de vice com componente político aliado geograficamente identificado com o vice escolhido por Maranhão.

O que se nota é que a chapa oposicionista posicionou-se geograficamente melhor na sucessão, vez que está representada nas duas maiores e mais importantes regiões do estado, Grande João Pessoa e Compartimento da Borborema, enquanto a chapa de Maranhão só se faz representar nesta última.

Suplantar essa ausência geográfica de representatividade da Grande João Pessoa às imposições partidárias que se fazem no momento ao seu esquema político, é o grande X da questão para o governador.

Ainda assim, nada está definido nesse particular, e tudo indica que a questão só será resolvida em junho, mês das convenções. Até lá, muitos estudos, muitas conversas e cada um de olho na jogada alheia.

Afinal, o vice de um, podem assegurar-se, depende do vice do outro!

S O L T A S
*Por conta das eleições de outubro próximo, o Xamegão deste ano em Cajazeiras promete ser dos mais movimentados e visitados. Afinal, temos candidatos a governador, senador, deputado federal e deputado estadual, e essa gente adora multidões!

* Sou, atualmente, eleitor em João Pessoa. Mas se o fosse em Cajazeiras, com certeza votaria em Moisés Barroso para Conselheiro Tutelar. Motivos? Atuante, corajoso, tempo disponível, interessado e, principalmente, sua marcante atuação em outros cargos que já passou.

*A eleição de Wilson Santiago (PMDB) para o Senado Federal e a reeleição de Efraim Morais (DEM), é a certeza do Sertão bem representado na Câmara Alta do Congresso Nacional.

*Neste domingo o entrevistado do prog. Trem das Onze será o ex-pref. Carlos Antônio (DEM).

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Fernando Caldeira

Jornalista profissional em diversas emissoras de rádio e jornais da Paraíba, atualmente é articulista do Gazeta do Alto Piranhas (Cajazeiras), produtor e apresentador do programa Trem das Onze, apresentado aos domingos pela Rádio Alto Piranhas, colunista dos portais diariodosertão, politicapb, obeabadosertao, canalnoite, e mantém na internet o portal www.fernandocaldeira.com.br

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