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Alexandre Costa

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O Sertão perde cérebros

29/07/2021 às 19h57

Vista aérea de Cajazeiras

Por Alexandre Costa

Em um breve périplo pela região do Brejo da Paraíba me deparei casualmente com um instigante encontro, em um hotel da cidade de Areia, onde as temáticas me chamaram atenção: Roteiro da Sócio-biodiversidade da Cachaça e Caminhos do Engenho.

Capitaneada pela Frente Parlamentar de Empreendedorismo e Desenvolvimento Econômico, presidida pelo deputado estadual Eduardo Carneiro (PRTB), o evento focava no potencial da região na fabricação de cachaça (4ª no ranking nacional) e no turismo como vetores de inclusão produtiva e fomento ao desenvolvimento da região.

Me impressionaram a luta, a sagacidade e o senso de oportunidade do deputado Eduardo Carneiro em sair na frente inserindo o Brejo no mais moderno instrumento de transformação e de desenvolvimento socioeconômico do estado, o recém lançado Marco Legal da Ciência e Tecnologia do Estado da Paraíba, onde consta, entre os vários editais lançados, o “Apoio ao Arranjo Produtivo Local da Cachaça”, uma garantia real de incentivos financeiros a atividades de pesquisa cientifica, tecnológica e de inovação.

Voltando para o Sertão eu fiquei a me perguntar: o que levou Cajazeiras a ficar de fora deste vigoroso programa de apoio a produção cientifica, inovação e tecnologia com investimentos na ordem de R$ 28 milhões? Indagação que me inquietou ao ter acesso a um preciso e detalhado levantamento realizado pelo professor doutor Francisco Deladier Junior (IFPB-Campus de Cajazeiras) sobre o perfil do ensino tecnológico na nossa cidade.

Possuímos 4 Instituições de ensino superior, detentoras de 9 cursos ligados diretamente à tecnologia, Engenharia de Automação e Controle, Analise e Desenvolvimento de Software (ADS), Engenharia Civil, Matemática, Ciência da Computação, Marketing, Tecnologia em Construção de Edifícios e Arquitetura, um contingente de quase 2000 alunos. São cursos de excelência como o de ADS, conceito 5 no ENADE (2017).

Uma maravilha? Eu respondo: NÃO! O professor Deladier faz uma denúncia gravíssima: “muitos alunos são recrutados por empresas de desenvolvimento de software nos grandes centros para atuarem, mesmo antes de se graduarem”. O sertão está perdendo cérebros.

O nosso arguto leitor deve estar a se perguntar: quais as saídas para reverter isso? O fato de possuirmos cursos de tecnologia de excelência nos oferece um diferencial competitivo para a formação de um ecossistema de empresas que coexistem em torno da mão de obra qualificada. Isso tem nome: Parque Tecnológico.

Essa é a saída para absorvermos nossa massa cinzenta. Pena que os nossos líderes políticos não enxergam ou talvez nem saibam o que isso significa.

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, com MBA em Gestão Estratégica de Negócios.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

Alexandre Costa

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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