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Alexandre Costa

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O Papa, Putin e a China

11/03/2022 às 17h01

Coluna de Alexandre Costa - Imagens: reprodução/internet

Por Alexandre Costa

“Não se trata de uma simples operação militar especial: é guerra!”. Assim se manifestou, em tom de denúncia, o Papa Francisco na sua homilia do último domingo (6) na praça São Pedro. Foi a primeira e mais contundente manifestação de um líder mundial a desconstruir a narrativa fajuta do presidente russo Vladimir Putin sobre a sua implacável investida sobre o território ucraniano decretando o fim da guerra fria e inaugurando uma nova era geopolítica mundial do século XXI com acordos multilaterais costurados a partir do início do declínio da hegemonia norte americana e a ascensão de um gigante prestes a assumir essa supremacia mundial: a China.

As acusações de ambas as partes envolvidas na busca de identificar quem desencadeou o conflito são as mais díspares e controversas possíveis. A Rússia acusa a Ucrânia, além de se aproximar da OTAN-Organização do Tratado do Atlântico Norte, de articular um movimento para incorporar a essa aliança ocidental do fim da Segunda Guerra Mundial as antigas repúblicas da extinta URSS-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, um verdadeiro pacto de agressão ao Kremlin. A Ucrânia, o maior país da Europa, denuncia a Rússia por quebrar o pacto de não invasão de territórios vizinhos depois da desintegração da União Soviética em 1991.

Tudo uma densa cortina de fumaça que esconde as reais causas desse conflito que ameaça o establishment mundial com desdobramentos imprevisíveis. É óbvio que ao invadir a Ucrânia o estrategista Putin vislumbrou, além de sua sanha expansionista, dois objetivos: remover da sua porta um ameaçador vizinho, a OTAN, e barrar de vez o chamado “corredor entre os dois mundos” [denominação atribuída a Henry Kissinger ex-Secretário de Estado estadunidense pela ligação entre a Polônia e a Rússia] que foi exatamente por esse corredor dentro da Ucrânia que a Rússia foi invadida em 1812 pelas tropas napoleônicas e pelos nazistas em 1941 na famosa “Operação Barbarosa”.

O conflito que se arrasta para a terceira semana de combate, com mais 500 civis mortos e mais de 2 milhões de refugiados passou de simples escaramuças a horrendos e covardes bombardeios de escolas, hospitais e até uma maternidade. Crimes de guerra com cenas horripilantes mostradas para o mundo em tempo real na chamada Guerra Conectada.

Acredito que ficha ainda não caiu para o Putin. Ele não conseguiu entender que vivemos na segunda década do século XXI, a era da Inteligência Artificial, do Metaverso, da Internet das Coisas. A OTAN, o Pacto de Varsóvia e própria Rússia imperialista são instituições obsoletas da primeira metade do século passado, a Rússia precisa parar de invadir países vizinhos livres e democráticos e deixar de ficar soltando bombas por aí.

Quem sabe, o Putin, antes de transformar a Rússia num pária mundial, faz um curso com o Xi Jinping para aprender como se pratica a moderna política multilateralidade entre países, a diplomacia do pragmatismo econômico que levará a China, até fim dessa década, a se tornar a maior potência econômica do planeta. O mundo agradece.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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