O clamor por água

A população de Cajazeiras tem reclamado muito, ultimamente, de problemas no abastecimento d’água da cidade, um quadro que vem se repetindo nesse ciclo de anos seguidos de seca. O agravamento acontece, exatamente, a cada segundo semestre, quando há uma elevação normal da temperatura na região.

Com a chegada da época mais quente, o consumo aumenta consideravelmente, e os reservatórios começam a diminuir seus volumes de forma mais intensa. Assim, a água não chega regularmente em todos os lares, principalmente nas partes mais altas da cidade. A zona norte, segundo relatos diários da população, é a que mais sofre com a política de racionamento posta em prática.

A inquietação da sociedade é muito justa, porque o volume do açude Engenheiro Avidos é crítico, e não se tem segurança ainda sobre o inverno do próximo ano. Além do mais, há muito desperdício por parte da própria população e também pelos constantes vazamentos registrados na rede de distribuição, o que é lamentável.

O açude Lagoa do Arroz, que conseguiu uma boa recarga no inverno deste ano, poderia ser uma alternativa para minimizar o problema, abastecendo a zona norte da cidade, mas suas águas estão sendo retiradas para abastecer comunidades rurais de dez municípios sertanejos polarizados por Cajazeiras e Sousa, que também precisam desse bem. São dezenas de carros-pipa retirando água de Lagoa do Arroz todos os dias.

A adutora que está sendo construída para a zona norte vem se arrastando há muito tempo, e a população já perdeu até a esperança nessa solução para resolver seu problema de abastecimento. Há quem diga até que as águas do manancial devem acabar antes da conclusão da obra.

Pois bem, eis o grave problema se repetindo a cada ano, sem solução para a população mais afetada. O clamor se repete: o povo pagando a conta regularmente, mas ficando entre mais ou menos oito e dez dias por mês sem água para o consumo. Até quando?

Movimentação política
Depois das convenções partidárias de homologação de alianças e candidaturas, as coligações têm trabalhado muito, nos últimos dias, para prepararem o encaminhamento do registro das chapas junto à Justiça Eleitoral. Na semana que vem, já será liberada a campanha, quando as ruas ganharão intensa movimentação. O tema já domina as discussões.

O papel da imprensa
Segmentos sociais de Cajazeiras lamentaram muito, esta semana, a postura de determinados veículos de comunicação em informações sobre as eleições, notadamente no que diz respeito à formação de chapas. Saíram algumas informações desprovidas de verdade, que só depõem contra o conceito da imprensa cajazeirense. É preciso refletir melhor sobre o importante papel da imprensa.

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José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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