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Francisco Cartaxo

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O alto sertão na chapa majoritária

05/07/2021 às 19h22 • atualizado em 05/07/2021 às 19h27

Por Francisco Frassales Cartaxo

É antiga a ideia de figurar regiões geográfica sem chapas eleitorais majoritárias. O tema é charmoso como bolas coloridas de soprar, em especial quando levantado pelo mobilizador deputado estadual Jeová Campos, como bandeira da população do Alto Sertão. A história registra situações nas quais essa presença nas composições partidárias e eleitorais era mero pretexto de algum cabeça-de-chapa à cata de popularidade ou meio de financiar a campanha. Não é preciso dar exemplos, mas é tentador lembrar que Otacílio Jurema quando, no auge de sua popularidade, em 1954, foi atraído para a suplência do pouco conhecido empresário João Arruda, candidato ao senado. Já em 1978, ainda sob o bipartidarismo, Bosco Barreto entrou na “suplência” do senador Humberto Lucena, disfarçado de sublegenda, uma armadilha da ditadura para ganhar eleições que na Paraíba saiu pela culatra.

Simples estratégias eleitorais com sedutoras justificativas. Em alguns estados, entretanto, há condições objetivas para além do discurso de ocasião. Recordo aqui o exemplo de Pernambuco, onde há sub-regiões muito mais representativas do que as da Paraíba, que têm lideranças com bases locais sólidas de dimensão capazes de exercer influência no estado. A Região Metropolitana do Recife, o Agreste e o Sertão do São Francisco encontram-se, quase sempre, presentes nas chapas majoritárias. Isso é tão forte que Miguel Arraes colocou na corrida senatorial de 1986, o então pouco expressivo deputado padre Mansueto de Lavor, com destemida atuação política em Petrolina, onde enfrentava há muitos anos a poderosa família Coelho. O apelo regional foi eficaz. Mansueto derrotou figuras como o ex-governador Roberto Magalhães!

Na Paraíba, à exceção de Campina Grande e seu Compartimento da Borborema, não identifico outra região que se imponha por si mesma. Pelo menos até hoje. Os sertanejos alçados a posições expressivas na política paraibana, pela via eleitoral direta, desde os meados do século XX, lá chegaram por terem atingido status de político estadual e mesmo nacional, a exemplo dos primos João Agripino e Antônio Mariz. Nunca por desfraldarem a bandeira de representantes do sertão!

Por isso, é necessário que as bolas de soprar coloridas reflitam um claro programa de desenvolvimento econômico e social para o sertão, capaz de aglutinar apoio consistente. Muito além de um grito, uma lata velha e um pedaço de pau.

Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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