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Francisco Cartaxo

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O alferes Ferreira Guimarães

21/06/2021 às 19h59

Coluna de Francisco Frassales Cartaxo. (Foto: ilustrativa/reproduzida da internet).

Por Francisco Frassales Cartaxo

Todo mundo conhece em Cajazeiras a rua Coronel Guimarães. Começa no Leblon, ao lado da barragem sul do Açude Grande, e termina na rua Padre José Tomaz, bem no centro da cidade. Hoje quase totalmente comercial. Poucos se dão conta de quem foi José Ferreira da Silva Guimarães. E mais ainda, só alguns sabem que ele foi alferes da antiga Guarda Nacional.

A Guarda Nacional, instituição que nasceu em 1831, organizou-se no Brasil emancipado para suprir deficiências das polícias locais e das Forças Armadas, em cujo topo se achavam, obviamente, generais nascidos em Portugal. A GN seria no seu nascedouro a milícia cidadã. A ela, muito se deve a manutenção da ordem interna, o freio de rebeldias locais, a ajuda ao Exército nas poucas guerras externas do Brasil monárquico. Enfim, a GN foi fundamental para a unificação nacional, nessa imensidão territorial, ao compararmos com a fragmentação da América espanhola.

Com o passar dos anos, no entanto, a GN foi perdendo suas funções originais e se transformando em instrumento de ação política e partidária, até ser extinta aí por 1920. Mas voltemos ao alferes, que era degrau inferior do oficial ato da Guarda, muito cobiçado pela elite política local.

Ano passado, quando o médico Sabino Filho e eu preparávamos um livro em homenagem ao centenária de seu pais, Sabino Rolim Guimarães, ele “descobriu”, entre os guardados antigos de sua mãe, Joaninha, uma folha de papel, quase se desmanchando. Leu nele o nome do Comandante Vital Rolim, seu ancestral.
– Tio Frassales, achei um troço aqui que vai lhe interessar.
– Caralho, você tem em mãos um achado da porra!
Era uma Carta Patente, de 23 de setembro de 1884, na qual “atendendo ao merecimento do guarda José Ferreira Guimarães, resolvi nomeá-lo para o posto de Alferes da Companhia do 31º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional do Comando Superior das Comarcas de Souza e Cajazeiras”.

Quem assina a Carta Patente?

Um cearense de Sobral, Juiz de Direito Antônio Sabino do Monte, presidente da Província da Parahyba do Norte. Quem recebe e manda cumpri-la? O tenente-coronel Vital de Sousa Rolim, comandante do 31º Batalhão de Infantaria, sediado em Cajazeiras. Quem deu posse ao alferes Guimarães? O tenente-coronel Emydio Emiliano do Couto Cartaxo (1849-1907). Sabe quem é? Avô da historiadora Rosilda Cartaxo, patronesse da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL, cujo centenário seja festejado no final de julho deste ano.

Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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