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Francisco Cartaxo

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O aeroporto de Cajazeiras é um elefante branco?

01/02/2021 às 07h40

Coluna de Francisco Cartaxo

Por Francisco Cartaxo

É velha a tentativa de dar sentido econômico ao transporte aéreo em Cajazeiras. Entusiasmo, sonho e frustração se misturam à incompetência, ao descaso, à incúria, à falta de palavra de gestores públicos e à inércia de nossos três deputados estaduais. Para eles a pista do aeródromo, construída e adaptada às exigências legais para a operação comercial, já é o bastante. Não é. Por enquanto, temos um elefante branco. Um aeroporto é alavanca do crescimento econômico. Fator de geração de renda, de retenção de poupança local, de atração de investimentos, de maior competividade do comércio, da indústria e do setor de serviços. E facilitador do ensino superior, base fundamental para o avanço de Cajazeiras. Até os peixes do Açude Grande sabem disso. Os governadores da Paraíba – Cássio, José Maranhão, Ricardo Coutinho e João Azevedo -, sem exceção, prometeram dar vida ativa ao aeroporto. Não deram. Enganaram Cajazeiras, sob o olhar inerte de nossos políticos. Ora, eles usam a pista, os cata-votos pousam e decolam em véspera de eleição. Ainda bem que enviam caixas de vacinas! Com cinismo, eles talvez pensem: por que reclamam?

O empresário Alexandre Costa, presidente da CDL, confirma que a gestão dos aeródromos paraibanos cabe à Casa Militar do governador. Que coisa mais esdrúxula! Um instrumento de apoio ao desenvolvimento é administrado sob a ótica da segurança. Qual a lógica disso? Só pode ser a lógica prevalecente no tempo em que a Lei de Segurança Nacional era mais consultada do que a Constituição! A Casa Militar é competente para dar proteção ao governador, livrá-lo de constrangimentos e situações de perigo. Ou para abrir e fechar portas do carro oficial. Nunca para cuidar do desenvolvimento do estado. Isto é uma completa aberração administrativa!

Um governo sério, com visão desenvolvimentista, já teria feito estudo de viabilidade econômica dos aeroportos regionais, considerando que o grosso dos investimentos já foram realizados. Que incluísse, entre os dados básicos, a estimativa de quantos milhares de reais migram da Paraíba para outros estados, via transporte aéreo de passageiros e cargas. Tal estudo daria suporte a um conjunto de ações concretas e de incentivos capazes de dar sentido econômico a um equipamento de tamanha significação, como, por exemplo, o aeroporto de Cajazeiras.

P S – Sei não, talvez caiba denúncia ao Ministério Público por incúria das autoridades.

Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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