O Açude Lagoa do Arroz e seus supostos benefícios para Cajazeiras
Por Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira – Meus Grandes. Hoje vou abrir o baú das minhas memórias familiares e tecer comentários acerca de uma obra que em tese, seria um benefício para nossa cidade, mas que foi na realidade um prejuízo para muitos proprietários e que serviu muito pouco para a nossa cidade. Desde os tempos de meu pai, que se tinha o projeto de se fazer o “Açude da Serragem”, que foi depois denominado de Açude da Lagoa do Arroz. Então na década de 80 se começou a construir tal obra. Mas vejamos: Nas terras inundadas por tal açude estavam algumas das terras mais férteis de nosso município, em que foram desapropriadas a preço vil, a ponto de quase não valer a pena, dada a desvalorização que todo esse processo demandou frente à desvalorização de nossa moeda a simples viagem para a Capital para receber essa quantia irrisória. Entre as terras desapropriadas se encontravam as do Sítio Prensa, dos Pires e seus baixios de canaviais que produziam as famosas rapaduras claras que antes de começar a moagem, já estavam encomendadas, o sitio Penha da Família Barreto, e o Sítio Timbaúba de Dona Adalgisa Matos de Sá, que também tinha seu engenho e açudes muito grandes. Nossa cidade perdeu algumas de suas melhores terras e nem o acesso à água desse açude nós, os proprietários das terras inundadas tínhamos acesso, pois havia uma faixa seca de 100 metros até o nível máximo de sua capacidade que nunca foi atingida, e era inviável para os desapropriados esse acesso, além de uma proibição dessa utilização. Depois de sua parede, apenas 5% das terras irrigáveis se situavam no nosso município, ou seja, nós de Cajazeiras guardávamos água para que os habitantes de São João do rio do Peixe, Santa Helena, Marizóplis e um pouco de Sousa fizessem suas irrigações.
Apenas nesse Século, e há poucos anos, Cajazeiras pode ter algum desfrute de suas águas, quando a Zona Norte da cidade foi abastecida por uma adutora proveniente de lá. E agora, com a Transposição do Rio São Francisco, é que nós cajazeirenses poderemos desfrutar dessa obra gigantesca, esse açude, em que pesem alguns pescadores, nada acrescentou a nossa vida econômica. É bem verdade que o fato de se ter um açude de 90.000.000 de metros cúbicos é uma obra valiosa de qualquer maneira, mas afirmar que esse açude trouxe algum benefício para Cajazeiras, e seus habitantes, isso não trouxe, até que essa adutora veio a ser construída.
Mas ficam as Histórias de sua inauguração. Quando o presidente Jose Sarney foi a um almoço no Balneário então funcionando, hoje quase abandonado, percebeu que em um assento havia apenas uma colher, e não os costumeiros garfo e faca. Quando o Presidente perguntou o porquê, veio a resposta: essa é a cadeira do Prefeito Abel. Ele não sabe comer de garfo e faca… Não sei a veracidade, mas ficou no folclore desse evento.
De qualquer forma, temos esse açude em nosso município…
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João Pessoa, 10 de setembro de 2024
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