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Saulo Péricles

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O Açude Lagoa do Arroz e seus supostos benefícios para Cajazeiras

13/09/2024 às 20h08

Açude Lagoa do Arroz em Cajazeiras. (Foto: EMPAER).

Por Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira – Meus Grandes. Hoje vou abrir o baú das minhas memórias familiares e tecer comentários acerca de uma obra que em tese, seria um benefício para nossa cidade, mas que foi na realidade um prejuízo para muitos proprietários e que serviu muito pouco para a nossa cidade. Desde os tempos de meu pai, que se tinha o projeto de se fazer o “Açude da Serragem”, que foi depois denominado de Açude da Lagoa do Arroz. Então na década de 80 se começou a construir tal obra. Mas vejamos: Nas terras inundadas por tal açude estavam algumas das terras mais férteis de nosso município, em que foram desapropriadas a preço vil, a ponto de quase não valer a pena, dada a desvalorização que todo esse processo demandou frente à desvalorização de nossa moeda a simples viagem para a Capital para receber essa quantia irrisória. Entre as terras desapropriadas se encontravam as do Sítio Prensa, dos Pires e seus baixios de canaviais que produziam as famosas rapaduras claras que antes de começar a moagem, já estavam encomendadas, o sitio Penha da Família Barreto, e o Sítio Timbaúba de Dona Adalgisa Matos de Sá, que também tinha seu engenho e açudes muito grandes. Nossa cidade perdeu algumas de suas melhores terras e nem o acesso à água desse açude nós, os proprietários das terras inundadas tínhamos acesso, pois havia uma faixa seca de 100 metros até o nível máximo de sua capacidade que nunca foi atingida, e era inviável para os desapropriados esse acesso, além de uma proibição dessa utilização. Depois de sua parede, apenas 5% das terras irrigáveis se situavam no nosso município, ou seja, nós de Cajazeiras guardávamos água para que os habitantes de São João do rio do Peixe, Santa Helena, Marizóplis e um pouco de Sousa fizessem suas irrigações.

Apenas nesse Século, e há poucos anos, Cajazeiras pode ter algum desfrute de suas águas, quando a Zona Norte da cidade foi abastecida por uma adutora proveniente de lá. E agora, com a Transposição do Rio São Francisco, é que nós cajazeirenses poderemos desfrutar dessa obra gigantesca, esse açude, em que pesem alguns pescadores, nada acrescentou a nossa vida econômica. É bem verdade que o fato de se ter um açude de 90.000.000 de metros cúbicos é uma obra valiosa de qualquer maneira, mas afirmar que esse açude trouxe algum benefício para Cajazeiras, e seus habitantes, isso não trouxe, até que essa adutora veio a ser construída.

Mas ficam as Histórias de sua inauguração. Quando o presidente Jose Sarney foi a um almoço no Balneário então funcionando, hoje quase abandonado, percebeu que em um assento havia apenas uma colher, e não os costumeiros garfo e faca. Quando o Presidente perguntou o porquê, veio a resposta: essa é a cadeira do Prefeito Abel. Ele não sabe comer de garfo e faca… Não sei a veracidade, mas ficou no folclore desse evento.

De qualquer forma, temos esse açude em nosso município…

Fecho meu baú por enquanto…

João Pessoa, 10 de setembro de 2024


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Saulo Péricles

Saulo Péricles

Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

Contato: [email protected]

Saulo Péricles

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Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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