Número de mulheres investidoras cresce no Brasil
Por Elan Nascimento Apolinário
Assessor de Investimentos credenciado à XP Investimentos
Na arena do mundo dos investimentos, onde cada movimento é estratégico e cada decisão tem peso, a presença da mulher se destaca não apenas pela sua habilidade analítica e competência, mas também pela sua resiliência e determinação inabaláveis.
Dados do estudo “Raio X do Investidor Brasileiro”, feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o instituto de pesquisa Datafolha revela que o percentual de mulheres que afirmam ter algum tipo de aplicação financeira avançou de 33% em 2022 para 35% em 2023.
Segundo a pesquisa, o número total de investidores no Brasil foi de 36% para 37% entre 2022 e 2023, e eis que surge uma informação interessante, a quantidade de homens investidores não cresceu em 2023, estagnou em 40%. Isso significa que o aumento no número geral de investidores foi proporcionado pelas mulheres.
A pesquisa mostra que metade das mulheres investidoras é da classe C, tem apenas ensino médio e tem em média 44 anos de idade. Mais mulheres (38%) do que homens (33%) investem com o objetivo principal de ter segurança financeira e a possibilidade de juntar uma reserva, o que nos ajuda a inferir que elas adotam um perfil mais conservador na hora de investir.
A poupança ainda é o investimento mais usado por mulheres (26%), mas aos poucos, elas começam a aumentar a participação em outros ativos, os investimentos de mulheres em títulos privados de renda fixa (Debêntures, CRIs e CRAs) vêm crescendo consistentemente, tendo dobrado nos últimos dois anos, chegando a 4%; 2% delas investem em criptoativos; 1% em ações e 3% preferem os fundos de investimentos.
O principal objetivo do investimento feminino, de acordo com a pesquisa, é para comprar um imóvel (34%). Mas outros desejos também são citados por elas: fazer uma viagem, educação, reformar a casa, saúde e pagar contas e dívidas.
Destaco aqui três grandes razões que certamente têm levado as mulheres a investirem mais nos dias de hoje:
- Empoderamento financeiro feminino: As mulheres estão cada vez mais engajadas no mercado de trabalho e aumentando a sua renda, o que leva a um desejo de começar a aplicar no mercado financeiro o capital excedente, assim como fazem os homens.
- Mudanças nas estruturas familiares: O fato de muitas mulheres estarem assumindo o papel de provedoras principais ou compartilhadas nos lares está gerando a necessidade das mulheres em investir.
- Promoção da equidade de gênero: Há um movimento crescente em direção à igualdade de gênero no mundo financeiro, com mais empresas e organizações promovendo a inclusão e incentivando as mulheres a se envolverem ativamente nos investimentos.
O debate sobre como aumentar o número de mulheres investidoras está ganhando força no mercado financeiro, ainda formado predominantemente por homens. Entretanto, apesar do aumento da participação feminina no mundo dos investimentos, ainda há muito o que se avançar. As instituições financeiras, sobretudo, bancos e corretoras, precisam se esforçar mais para compreender melhor as mulheres, entender como elas lidam com seu dinheiro, mapear suas necessidades, e com isso, desenvolver ações específicas para o universo feminino.
A mulher investidora é uma força a ser reconhecida, pois ela traz uma perspectiva única para a mesa, enriquecendo as discussões com sua diversidade de pensamento e experiência.
Portanto, celebremos a força e a resiliência da mulher no mercado financeiro, reconhecendo não apenas suas conquistas individuais, mas também seu papel na construção de um mundo financeiro mais inclusivo, equitativo e sustentável para todos e todas.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário