Nova etapa da Academia de Artes e Letras
Havia quem não acreditasse. Alguns até olhavam com desconfiança, tantas foram as tentativas frustradas. Desde 2000, no bojo das comemorações do bicentenário de nascimento do padre Inácio Rolim, sem contar desejos alimentados lá atrás por um ou outro intelectual cajazeirense. O cansaço de ver malogradas essas iniciativas, talvez, tenha provocado manifestações de descrença por meio de olhares, gestos e verbalizações.
Nada se iguala aos fatos.
O relevante de início foi a existência de um clima na cidade favorável a iniciativas culturais, a partir de efetivas realizações do poder público. Esses incentivos tiveram respostas rápida da área artística cajazeirense. O ambiente geral não é tudo, mas estimulou algumas pessoas a levar a sério a ideia acalentada desde muito tempo. Os poucos abnegados, que desde o começo de 2018 passaram a agir com determinação, sentiram terra firme nos pés, na noite de 17 de janeiro. Por quê? Porque naquele dia a convocação geral e ampla, por meio da mídia escrita, radiofônica e pelas redes sociais, surtiu o efeito esperado. Efeito visível no número de pessoas que foram ao Espaço Cultural Zé do Norte e, sobretudo, na seriedade como transcorreu o encontro, no modo como os presentes se conduziram.
O resultado aí está.
Hoje podemos afirmar que a Academia Cajazeirense de Artes e Letras é um fato. Já começara, aliás, a incorporar-se à vida da cidade, quando candidatos às 40 cadeiras da ACAL, caíram em campo à procura de informações acerca da vida, da obra, da atuação de seus Patronos. Figuras importantes para a formação de Cajazeiras passaram a ter sua trajetória profissional, artística, política e intelectual pesquisada. E à medida em que as pesquisas avançavam, vinham as surpresas, percebidas pelos postulantes e por quem era procurado para fornecer dados e fotografias. Foi surgindo daí um mundo novo, revolvido e revelado por centenas de páginas de jornais, revistas, livros e documentos que, de outra maneira, iriam dormitar para sempre.
Dos 40 postulantes, que tiveram seus nomes aprovados na noite de 17 de janeiro deste ano, apenas dois desistiram. Razões de foro íntimo não se questionam. Ficam na intimidade da alma.
Nestes meses de fermentação intelectual, andei investigando como nasceram outras Academias. Tive uma surpresa enorme. Não encontrei nada igual ao que estamos vivendo em Cajazeiras. Muitas entidades iniciaram com diminuto número de membros fundadores. Só depois, a muito custo, foram tomando corpo. Em Cajazeiras, só duas cadeiras estarão vagas na sessão solene de posse. E mais, já existe uma fila de pretendentes a se tornarem confrades e confreiras. Bendita fila. Sinal concreto do acerto na criação da ACAL, uma nova estrela na paisagem intelectual da Paraíba.
Dois eventos se aproximam.
O primeiro acontecerá no dia 24 de maio, quando os 38 membros fundadores da ACAL tomarão posse solene no Teatro ICA. O segundo, virá em agosto, em meio aos festejos do dia da cidade: o lançamento do livro com os perfis biográficos elaborados pelos acadêmicos. Serão 38 pequenas biografias dos Patronos. Caramba, pelo pouco que sei de seus conteúdos, será uma mexida em nossa história. A ACAL presta assim, no seu nascedouro, este serviço: vamos reduzir com régua e compasso o tamanho de nossa ignorância a respeito da história de Cajazeiras. E havia quem não acreditasse.
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