Natal dos excluídos
Por José Antonio – Ontem à tarde fui abordado na rua por um cidadão, trajes de maltrapilho, com semblante de desespero, que pedia uma ajuda para comprar uma “bolsa de colonoscopia” e para comprovar foi levantando a camisa, fato ainda mais constrangedor. Dizia que estava desempregado, ele a família passava necessidades. Um fato que , infelizmente, ainda nos deparamos nas ruas de nossa cidade.
Confesso que fiquei abalado diante da cena e a imaginar quantas pessoas que residem na periferia de Cajazeiras não estão vivendo o mesmo drama deste pai de família.
Por mais que eu procurasse retirar da minha imaginação tantas mazelas sociais que existem em minha cidade, mais elas afloravam e se multiplicavam e fiquei fazendo na minha imaginação uma relação para quem eu poderia enviar os votos de um feliz natal.
Conclui, mesmo sabendo que estas mensagens não chegassem ao seu destino, que as remeteria através desta coluna: aos milhares de analfabetos, com mais de 15 anos que existem no nosso município, uma terrível chaga que macula esta cidade de tantas tradições educacionais.
Muitos anos de luz e vida às dezenas de recém nascidos que irão falecer antes de completar um ano de idade, vítimas da ausência de uma política social séria na área de atendimento à mãe gestante.
Um Ano Novo aos menores abandonados que praticam atos criminosos e perambulam pelas ruas da cidade de dia e de noite, desafiando a sociedade que não busca soluções para este problema.
Um natal de esperança para as centenas de condenados e encarcerados nas cadeias públicas de Cajazeiras, que vivem no mundo do tráfico de drogas e que eles possam diminuir ou acabar com este tipo de “negócio” e que devolvam os filhos que adotaram pelo vicio ao seio da sua verdadeira família.
Um natal de luz para as centenas de jovens que se prostituíram e vivem à margem da sociedade e que fazem do prostítuição sua sobrevivência. Desejo que possam se reencontrar com sua família ou com uma singular pessoa para viver com dignidade.
Um natal de esperança aos milhares de desempregados de minha querida Cajazeiras, para que possam conseguir um trabalho e se tornar um verdadeiro cidadão.
Um natal de amor às centenas de mães de família que assistiram a partida de seus filhos para as grandes cidades ou para o corte de cana por falta de oportunidades em nossa terra.
Um natal de paixão pela vida às dezenas de pessoas que durante este ano tentaram o suicídio, como forma de “escapar” de seus problemas, que possam se reencontrar com a felicidade e dar um sentido e um caminho a sua vida.
Um Natal com muita sombra e tranqüilidade às inúmeras pessoas que não têm uma moradia digna, onde possa abrigar suas famílias.
Um Ano Novo com venturas às centenas de pessoas que passam fome na periferia de nossa cidade. Sim, passam fome mesmo e que não possuem sequer um centavo no bolso para comprar um pão e vivem de caridade dos outros.
Um Natal com muita saúde aos doentes das enfermarias de nossos hospitais, para que se restabeleçam e num futuro muito próximo possamos ter uma melhor estrutura nesta área para que o pobre, ao adoecer, possa ser tratado com mais dignidade e respeito.
Finalmente, aos sem nada, aos sem teto, aos sem terra, aos menores abandonados, aos condenados a morrerem sem completar um ano de idade, aos encarcerados, às mães de famílias que sofrem por seus filhos, aos famintos, aos sem saúde pública digna, aos sem educação, aos desesperados, aos sem destino e aos que não têm um rumo para dar a sua vida, que possam neste natal, conquistarem um lugar especial no seio da sociedade para viver dignamente.
Que Jesus ilumine os nossos caminhos e que a caridade faça morada, definitivamente, em nossos corações.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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