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Raquel Alexandre

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Lindos casos de Chico Xavier

27/07/2014 às 13h34

Quando era criança um dos maiores espíritas brasileiros, Chico Xavier, perdeu a mãe, Dona Maria João de Deus, muito pequeno ainda e o seu pai o levou para morar com uma madrinha, Rita de Cássia, uma mulher muito amargurada que o maltratava constantemente com surras, o deixava vários dias sem comer nada, empurrava o garfo na sua barriga, entre outros maus tratos.

O garoto chorava muito, permanecendo horas e horas com os garfos pendurados na carne sanguinolenta e corria para o quintal afim de desabafar com o espírito da mãezinha querida, pois desde pequeno ele já conversava com o espírito da mãe. Certa vez, diante dos maus tratos, ele começou a chorar e a rezar muito o Pai Nosso, quando de repente Dona Maria João de Deus apareceu ao menino sofrido. Então ao vê-la, ele disse:

– “Mamãe, não me deixe aqui… Carregue-me com a senhora”…

– “Não posso meu filho”…

– “Estou apanhando muito mamãe”!

– “Tenha paciência meu filho, você precisa crescer muito forte para o trabalho. E quem não sofre não aprende a lutar. Tudo passa e se você não mais reclamar, se você tiver paciência, Jesus te ajudará. Continue em oração”!

Desde esse dia Chico passou a ser torturado pela madrinha sem revolta e sem lágrimas.

Enquanto isso a madrinha dizia:

Chico é tão cínico que não chora de jeito nenhum.

Sempre após as surras Chico saberia que sua mãe estaria o esperando para afagá-lo em seus braços e para ele esta era a sua maior recompensa e valia a pena passar por todo esse sofrimento.

Outro dia Chico reclamou com a mãezinha que estava passando muita fome… A mãezinha sempre carinhosa e meiga disse:

– “Chico continue em oração e espere um pouco”.

Chico ficou repetindo as palavras do Pai Nosso quando um cachorro entrou no seu quintal com uma grande e apetitosa manga na boca.

O garoto recolheu alegre a manga e despedindo-se da criança o espírito disse:

– “Está vendo meu filho, quando oramos com fé viva, até um cachorro pode nos ajudar, em nome de Jesus”.

Dois anos de surras incessantes e numa tarde fria em conversa com a mãezinha bondosa, Chico implorou:

-“Mamãe se a senhora vem me vê, porque não me tira daqui”?

– “Porque você está tão aflito menino? Tudo no mundo obedece à vontade de Deus…”

– “Não perca a paciência, meu amor, pedi a Jesus para enviar um anjo bom que tome conta de todos vocês. Espere meu filho”, disse o espírito carinhosamente.

Após dois meses o pai de Chico Xavier, casou-se pela segunda vez com dona Cidália, e levou Chico Xavier para morar com a segunda mãezinha.

Quando a criança voltou pra casa contemplou a madrasta com ternura. Ela o abraçou e o beijou. A madrasta bondosa o olhou carinhosamente e perguntou:

– “Você sabe quem sou meu filho”?

– “Sei sim. A senhora é o anjo bom que a minha mãe havia me falado”…

– “E, desde então, entre os dois, brilhou o amor puro com que Chico seguiu a segunda mãe, até a morte”. 

Extraído do livro: "Lindos casos de Chico Xavier"


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Raquel Alexandre

Raquel Alexandre

É redatora do Portal Diário do Sertão e Formada em História pela UFCG de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

Raquel Alexandre

Raquel Alexandre

É redatora do Portal Diário do Sertão e Formada em História pela UFCG de Cajazeiras.

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