Joana Cartaxo Guimarães
Por Francisco Frassales Cartaxo
Faleceu com 89 anos completos, no dia 28 de abril, quarta-feira, minha irmã Joana Cartaxo Guimarães, viúva do médico Sabino Rolim Guimarães. Joaninha era a oitava filha de Cristiano Cartaxo e Isabel Sales Cartaxo. Mesmo cercado de fortes restrições físicas e emocionais, decorrentes da cirurgia cardíaca a que me submeti, há exatos 16 dias, impossível deixar de fazer este registro de saudade, carinho e amor. Além de irmã, Maninha, repartiu com minha mãe a educação do menino/adolescente.
Recorro às sinceras palavras escritas por padre Gervávio, no livro Centenário de nascimento: Sabino Rolim Guimarães, publicado pela Arribaçã Editora, ano passado. O padre, que privou da convivência do casal, faz uma avaliação magistral da união entre Sabino e Joaninha, anotando seus reflexos positivos na educação da família. Diz ele: “É quase impossível falar de Sabino sem falar em Joaninha Cartaxo, seualter ego, ou, como diziam os radioamadores, sua cara metade. Joaninha, ilha ilustre do ilustre Cristiano Cartaxo e dona Isabel, era figura de proa no âmbito social e religioso de Cajazeiras. Fé esclarecida e firme, bem distante de devocionismo barato, assumida não só em casa e no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, mas, junto ao padre Francisco Pereira da Nóbrega, aquele filho do famoso cangaceiro e de dona Jardelina. Chegado de Roma em 1952, atuou na matriz da Piedade e na pastoral juvenil e, depois, com Dom Zacarias, foi posto a serviço da formação dos padres no Seminário da Parahyba, em João Pessoa. Imaginem: tenho foto da audiência que Pio XII, em março de 1952, deu aos neo-sacerdotes do Colégio Pio Brasileiro. Lá está, elegantíssima, com seu filho padre, vizinha ao Santo Padre, dona Jarda, a esposa do famoso bandoleiro!”
“Enquanto me lembro, Joaninha foi líder, exatamente da JIC, atuando apostolicamente na classe média cajazeirense. O que continuou, mesmo após seu casamento com doutor Sabino e tendo-se tornado mãe de família. Não a esqueço, como cristã esclarecida, ensinando e exigindo dos filhos garotos a prática do jejum quaresmal.”
“A Associação das Ex-alunas Doroteias, devido ao zelo apostólico e sensibilidade social da portuguesa Madre Dourado, manteve por longos anos o espírito católico atuante, recebido pelos seus membros no período estudantil. Nessa associação Joaninha foi sempre liderança destacada.”
Encerro esta homenagem com as palavras de Sabino Filho, ao comunicar a viagem final de sua mãe, no dia 28 de abril: “Quando olharem pro céu, hoje à noite, procurem uma estrela sorrindo.”
Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras
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