Intolerância Religiosa é Preconceito
Por Raquel Alexandre
Você sabe o que significa a palavra tolerância? E respeito? Você trata o seu próximo da mesma forma que gostaria de ser tratado?
Pois se você não sabe, tolerância significa uma atitude de respeito aos pontos de vista dos outros e de compreensão para as fraquezas, e tal palavra também está ligada a outros termos semelhantes: paz, ecumenismo, diferença, diálogo, alteridade, não violência, dentre outras.
Já o respeito significa um sentimento de consideração àquelas pessoas ou coisas dignas de nossa veneração e gratidão, como aos mais velhos, às coisas sagradas, aos sentimentos alheios, às religiões, etc.
Podemos afirmar também que a tolerância é o regime de liberdade concedido pelo governo de um país, onde já se tem uma forma de religião estabelecida, de praticar qualquer forma de religião, ou mesmo de não seguir nenhuma.
A intolerância religiosa foi, no processo histórico, a maior causadora das guerras e mortos entre nações, pois diversas religiões queriam que todos se submetessem às suas concepções ideológicas. Nos seus primórdios, o espiritismo sofreu bastante com este tipo de preconceito, pois até os seus livros foram queimados em praça pública.
Consciência
De acordo com a Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo, a tolerância religiosa não se baseia no falso princípio de que todas as religiões sejam verdadeiras, mas no princípio da liberdade de consciência; esta não dispensa ninguém do dever fundamental de fidelidade à verdade, isto é, não significa que se pode mudar de religião como se muda de roupa, mas significa que a aceitação de uma fé é um ato soberanamente livre e espontâneo da consciência.
O homem precisa viver em sociedade, pois já se disse que ele é um ser político e social, e quando começa a se associar, a entrar em contato com mentes que pensam de forma diferente da sua, a contradição aparece. E é justamente aí que surge a oportunidade de praticar a tolerância, que nada mais é do que o respeito para com o pensamento alheio.
Formas falsas e formas verdadeiras de tolerância
Existem formas falsas e verdadeiras de tolerância. Um exemplo de forma falsa é a do ceticismo, aquela que aceita tudo, e respeita todas as divergências doutrinais, porque parte do princípio de que é impossível aproximar-se da total verdade. A verdadeira tolerância é humilde, mas convicta, respeita as idéias e condutas dos demais, sem desprezá-las, mas também sem menosprezar as diferenças, porque sabe que é a contradição que leva ao bem comum. Nesse sentido, lembro da frase do filósofo francês Voltaire, "Não concordo com nada do que você diz, mas defenderei o seu direito de dizê-lo até o fim", é perfeita para atribuir o respeito que devemos ter para com os nossos semelhantes, sejam de que condições forem.
Tolerância é uma virtude difícil
O dilema dos limites da virtude da tolerância pode resumir-se em dois princípios: "Não faças aos outros o que não queres que te façam" e "Não deixes que te façam o que não farias a outrem". Então dessa forma, existem muitas pessoas que não respeitam a opção religiosa dos outros, e ficam destratando a religião, como se fosse uma coisa qualquer, que não tivesse seus valores, como se seus conceitos não tivessem nada de proveitoso e bom.
Respeito às religiões
Devemos respeitar a opção religiosa dos outros, pois nenhuma religião é superior à outra, e qualquer uma que tiver valores relacionados à bondade e justiça de Deus é a melhor religião. Então podemos afirmar que todas as religiões que seguem os princípios divinos são importantes com toda a certeza, pois elas levam à mesma direção, e com relação às crenças, os Espíritos Superiores nos esclarece:
Deus é bom e justo; não quer senão o bem;
A melhor de todas as religiões é aquela que só ensina o que é conforme à bondade e justiça de Deus;
Que dá de Deus a maior e mais sublime idéia, e não O rebaixa, emprestando-lhe as fraquezas, e as paixões da humanidade;
Que todos os homens bondosos e virtuosos lhes ensina a amarem-se todos como irmãos;
Que condena todo o mal feito ao próximo;
Que não autoriza a injustiça sob qualquer forma ou pretexto que seja;
Que nada prescreve de contrário às leis imutáveis da natureza, porque Deus não pode contradizer aquela cujos ministros dão o melhor exemplo de bondade, caridade e moralidade;
Aquela que procura melhor combater o egoísmo e lisonjear menos o orgulho e a vaidade dos homens;
Aquela finalmente, em nome da qual se comete menos mal;
Então Vede, julgai com respeito e acolhei a religião que achar mais conveniente para seguir.
Lei de Justiça, Amor e Caridade
A Lei de Justiça, Amor e Caridade ajuda a compreender a tolerância, e segundo o entendimento desta lei, a justiça, que é cega e fria, deve ser complementada pelo amor e pela caridade, no sentido de o ser humano conviver pacificamente com o seu próximo. Observe alguém, sem recursos financeiros, jogado ao sofrimento, como conseqüência de atos menos felizes do passado. Há justiça divina, porque nada ocorre por acaso. Mas o amor e a caridade dos semelhantes podem amenizar a sua sede e a sua fome.
Cristo é o ponto chave da tolerância
A base da tolerância está centrada na figura de Cristo, pois foi Ele que nos passou todos os ensinamentos de como amar ao próximo como a nós mesmos. Ele nos deu o exemplo, renunciando a si mesmo em favor da humanidade, sem queixas e sem recriminações, aceitando sempre as determinações da vontade de Deus e não a sua. Em suas palavras alertava-nos que deveríamos ser severos para conosco mesmos e indulgentes para com o próximo, e não o contrário.
O Espiritismo, entendido como ciência, filosofia e religião, é o que mais nos auxilia para respeitar as crenças e os comportamentos do nosso próximo. Isto porque, "quanto mais o ser humano sabe, melhor compreende os comportamentos humanos, desarmando-se de idéias preconcebidas, da censura sistemática, dos prejuízos das raças, de castas, de crenças, de grupos".
A importância das religiões para a Evolução Moral Humana
O Espiritismo não tem a pretensão de ser o dono da verdade, sob nenhuma hipótese, pois esta doutrina acredita que nenhum grupo, religião, ou seita tem o privilégio de possuir tal monopólio. Dessa forma a Doutrina Espírita não menospreza, nem restringe as demais religiões, pois tanto o Catolicismo, como o Protestantismo foram e continuam sendo de fundamental importância para a divulgação do cristianismo e a elevação moral da humanidade, esclarecendo, evangelizando acerca dos ensinamentos do Jesus, pois todas se direcionam ao mesmo objetivo, que é a prática do bem e o aperfeiçoamento do Espírito.
"Onde estiverem reunidas duas ou três pessoas em meu nome, eu estarei presente"
Jesus Cristo
Tolerar é bom, mas respeitar é melhor ainda.
DIGA NÃO AO PRECONCEITO!
SIM AO RESPEITO!
Para concluir amigo leitor, leia esta bela crônica sobre tolerância religiosa, e tire suas próprias conclusões.
Fazendo breve visita a um horto municipal, facilmente te deparas e deleitas com vários tipos de árvores, de plantas, de flores.
Cada uma delas tem um ritmo próprio, um tempo certo para a semeadura, exala um odor característico, tem momentos de esplendor e momentos de crescimento.
Se assim não fosse, esse jardim não teria beleza, não seria apetitoso para os visitantes.
Essa beleza deriva da variedade, da diferença na diversidade.
A mais minúscula flor não discute níveis de grandeza com a centenária árvore, guardando cada uma delas função intransferível no reino da natureza.
Também assim na vida tal acontece com os seres humanos.
Transportando tal analogia para a área da religiosidade, não nos é lícito julgarmo-nos superiores a esta ou aquela confissão religiosa.
O homem espiritualizado, verá em cada ser humano, um elemento desse imenso jardim que é a vida, valorizando inclusive a erva daninha que mesmo assim confere cor ao solo onde se instala.
O homem espiritualizado saberá aceitar, compreender, tolerar todos e cada seu irmão, independentemente da sua convicção religiosa, com a certeza de que irmandade espiritual é independente da coincidência de concepção existencial.
Assim como fruis imensa alegria ao contemplar desde a simples flor silvestre até à planta mais elaborada, extasiando-te com o perfume do conjunto, és convidado ao grande concerto da harmonia universal, onde te é dado o instrumento da tolerância, do entendimento, da fraternidade, para que o toques, sem o qual estagnarás em processos de ilusão.
Valorizando as diferenças aprenderemos a união.
Valorizando a variedade, estimularemos a fraternidade, e assim estaremos inevitavelmente a colaborar com Jesus para a implantação do bem no Planeta Terra.
Psicografia recebida em 14 de Novembro de 2004 e ditada pelo Espírito Alcina.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário