IFSPB: O Sertão ganha um novo Instituto Federal
Por Alexandre Costa
Engavetada há quase três anos nas entranhas da Câmara dos Deputados a ousada proposta de desmembramento do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), voltou abruptamente à tona quando o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, convocou uma reunião na última segunda-feira (30) com todos os 11 reitores dos Institutos Federais de nove estados (Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Maranhão e São Paulo) para tratar do processo de reordenamento da Rede Federal de EPT que cria 10 novos Institutos Federais (IFET).
A repentina reunião causou inquietações e especulações no meio dos reitores dessas instituições na tentativa de identificar quais as causas e as razões que levaram subitamente o Governo Federal a desenterrar esse projeto.
A pioneira iniciativa de criação de um novo IFET no Brasil foi do Deputado Federal Wilson Santiago Filho, com o PL N° 4389/2016, a fim de criar o IF do Sertão Paraibano (IFSPB), por desmembramento do IFPB, este avançou em duas comissões na Câmara dos Deputados.
Tal iniciativa foi apresentada ao Ministro da Educação – Mendonça Filho – despertando o interesse do Ministro e de diversos IFETs em serem desmembrados. Contudo, Wilson Filho na atual legislatura foi eleito para Deputado Estadual na Paraíba e o PL 4389/2016 fora arquivado. Todavia, o Deputado Federal Wilson Santiago propôs o PL Nº 3057/2019, que propõe novamente o IFSPB, mas por razões desconhecidas o PL simplesmente empacou.
Com foco no ensino básico, técnico, tecnológico, superior e pós-graduação aliado ao princípio constitucional da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e extensão o futuro IFSPB abrangerá a Mesorregião do Sertão Paraibano englobando os campi de Cajazeiras (IFPB e Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras da UFCG), Catolé do Rocha, Itaporanga, Patos, Picuí, Princesa Izabel e Sousa e já nasce com uma estrutura considerável com 9847 alunos matriculados em 08 campi.
A criação do IFSPB além de ser uma proposta inovadora e inteligente, totalmente dentro dos princípios modernos de governança pública é uma contundente resposta os gritantes desníveis econômicos regionais no país. Aqui na Paraíba, por exemplo, 57% do PIB da Paraíba se concentra em 05 municípios, algo que alguns reitores dessas instituições pelo Brasil afora fingem que não enxergam e começam a oferecer resistência a iniciativa do Governo Federal em desmembrar os Institutos Federais.
Vejo com naturalidade esse discurso amorfo e a resistência de grupelhos encastelados dentro da instituição, contrários a essa iniciativa. Vivenciamos isso em 2002 durante processo de desmembramento da UFPB para criação da UFCG, com o estúpido argumento que se criaria uma universidade de quinta categoria. E o que aconteceu? Hoje, a UFCG depois de quase 20 anos de criada é uma das mais conceituadas instituições do país, referência mundial na pesquisa e desenvolvimento na tecnologia 5G.
Ao tempo que avança essa proposta de desmembramento no Congresso aqui no Sertão foi declarada uma guerra na disputa pela sede da reitoria da nova instituição: Patos, Sousa ou Cajazeiras?
Patos sai na frente. O incansável deputado Hugo Motta deixa mais uma sua digital quando se trata de obras e benefícios estruturantes para o Sertão ao inserir a cidade de Patos como sede da reitoria do futuro IFSPB no esboço do novo projeto de lei a ser apresentado pelo Governo Federal. Uma jogada de mestre que deixou os Deputados Federais que representam Sousa e Cajazeiras e os municípios da Região Metropolitana de Cajazeiras vão assistir tudo isso de braços cruzados? É chegada a hora do nosso prefeito e os três deputados estaduais juntamente membros da sociedade civil organizada, entidades do comércio acamparem literalmente em Brasília reivindicando a sede da reitoria para Cajazeiras.
Ainda temos chance…
Avante na luta!
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