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José Antonio

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Hildebrando Assis e seu centenário de nascimento

05/06/2020 às 09h26

Coluna de José Antônio

Em 22 de setembro de 2004 publiquei neste mesmo canto de página umas informações sobre Hildebrando Assis e fez parte de uma série de artigos sobre “Deputados Cajazeirenses” e volto a republicar, dentro das comemorações do seu Centenário de Nascimento, sem nenhuma alteração.

Hildebrando Assis nasceu em São José de Piranhas, no dia 7 de junho de 1920. Filho de José Gonçalves de Assis e Maria José Silveira de Assis.
Hildebrando Assis foi aluno do Instituto São Luiz e do famoso Colégio Padre Rolim em Cajazeiras; Colégio Cearense e Castelo Branco, em Fortaleza; Ginásio Pernambucano e Faculdade de Direito do Recife, na qual se tornou advogado.

O Sertão da Paraíba foi o seu grande palco nas lides jurídicas. Em Cajazeiras disputava palmo a palmo os espaços com outro brilhante advogado cajazeirense José Rolim Guimarães.

O jovem bacharel assumiu a prefeitura de Cajazeiras no período de 22 a 30 de novembro e voltou novamente, quando da saída do Interventor da Paraíba Rui Carneiro e o Presidente do Tribunal, o Desembargador Severino Montenegro assumiu o Governo da Paraíba, desta vez do dia 3 de dezembro de 1945 a 22 de fevereiro de 1946.

Tota Assis, seu tio, afirmou “Dr. Hildebrando Assis, moço de caráter, inadaptado para as sujeiras da política interiorana, resolveu abdicar desta arte difícil de navegar nas águas turvas, e voltar ao seio de sua profissão”.

Hildebrando Assis foi deputado na Primeira Legislatura, quando a Assembleia Legislativa, após uma inatividade de quase dez anos imposta pelo regime ditatorial do Estado Novo, voltou a funcionar no dia seguinte ao da promulgação da Constituinte Estadual de 11 de junho de 1947, iniciando a 1ª legislatura desse novo ciclo de sua história, composta segundo a Constituição Federal, de 37 deputados.
A Assembleia tinha deputados de quatro legendas partidárias: UDN, PSD, PTB e PCB. Hildebrando Assis, fazia parte da UDN – União Democrática Nacional, tendo inclusive assumido a liderança do seu partido.

Como deputado apresentou 36 projetos de Lei, ao longo do seu mandato, ressaltando-se cinco projetos com relação a Cajazeiras: o de nº 201/48 – Autoriza o Poder Executivo a mandar construir um Grupo Escolar no Distrito de Engenheiro Avidos, transformado em Lei nº 258 de 10/12/48; o de nº 61/48, concedendo auxilio financeiro a uma praça de esporte, em construção, depois Lei nº 360 de 10/10/48; o de nº 55 – concedia auxilio financeiro ao campo de pouso de Cajazeiras, transformado em Lei nº 360, de 10.10.1949 e o de nº 49/50, que concede subvenção a Escola Nossa Senhora de Fátima, anexa ao Ginásio Nossa Senhora de Lourdes, transformada em Lei nº 519, de 8 de 2 de 1951.
Exerceu seu mandato com dignidade e ocupou a tribuna por diversas vezes em defesa dos interesses do povo sertanejo, principalmente de Cajazeiras.

Foi, em Cajazeiras, um extraordinário animador do setor cultural e fundou, além de dirigir o TAC – Teatro Amador de Cajazeiras.

Em João Pessoa fundou e dirigiu o Setor de Arte da Universidade Federal da Paraíba. Posteriormente ingressou na SAELPA, onde foi diretor da área jurídica. Foi Presidente da Fundação Cultural da Paraíba – FUNCEP, onde exerceu um excelente trabalho na área que ele seu trabalho com amor e dedicação.

Era casado com Maria das Mercês Leite Assis (filha de Apolônio Leite Ferreira e Severina Barbosa Leite), com quem teve dois filhos: Hermano Leite Assis, musicista e Mauro Leite Assis, engenheiro eletricista.

Hildebrando Assis era um homem de muitas qualidades e se dizia um cidadão fiel às suas amizades. Considerava como um flagelo do Brasil a política partidária e considerava uma utopia “a plena democracia no Brasil”. Tinha a opinião que os pobres eram maus assistidos na área de saúde no seu País.

Indagado certa vez sobre suas saudades, respondeu: “da minha infância”. Grande parte dela vivida nas ruas de Cajazeiras e nas idas e vindas do Instituo São Luís e do velho e admirado Colégio Diocesano Padre Rolim, que do alto da Colina coroava de conhecimentos os futuros líderes, em todos os setores, dos Sertões Nordestinos.

A cidade de Cajazeiras, até hoje, se destaca no cenário artístico internacional, graças ao trabalho de Hildebrando Assis, que lançou a pedra fundamental para que esta cidade, encravada em rincões distantes dos grandes movimentos culturais do País, pudesse arrebatar tantos prêmios. O seu trabalho fez com que Cajazeiras tivesse uma extraordinária movimentação teatral, com muito sucesso. Talvez possamos afirmar que Hildebrando Assis está para o teatro cajazeirense, como Padre Rolim está para o ensino e a educação.

Hildebrando foi um piranhense eternamente apaixonado por Cajazeiras. E esta cidade e o seu povo devem muito a ele.

Hildebrando faleceu no dia 22 de outubro de 2003, em João Pessoa, aos 82 anos de idade, em sua residência, na Rua Joaquim Nabuco, 139, Róger.

Agora só nos resta a saudade deste amigo e defensor de Cajazeiras.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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