Hábitos modernos
Por Mariana Moreira – A vida moderna traz para o nosso cotidiano uma parafernália de invenções e engenhos que se incorporam ao nosso dia a dia e modificam hábitos e práticas. Alguns são fundamentais como possibilidade de agregar mais comodidade e conforto ao nosso dia a dia, sobretudo considerando a vida atribulada que o ritmo contemporâneo nos impõe. Outros que, práticos e úteis, incorporam-se a nossa própria identidade e convertem-se em peças essenciais a própria existência.
No entanto, por estarem presentes e incrustados em nosso cotidiano muitos destes engenhos provocam hábitos e práticas que expressam atitudes de deselegância, rudeza e, em muitos casos, de grosseria. Um exemplo. As cidades modernas, até mesmo as de médio e pequeno porte, não mais conseguem uma relativa normalidade em seu tráfego de veículos sem a existência de sinais que orientem o trânsito e organizem a vida de carros e pedestres. Mas, necessário, os semáforos registram atitudes deselegantes como a de motoristas que afogam a mão na buzina tão logo o sinal verde autorize o prosseguimento, produzindo poluição sonora e irritando quem, de maneira calma e tranquila, aguarda a sequência lógica do fluxo para seguir adiante. Os apressados mal educados desejam ardentemente serem entes alados e plainar sobre os demais mortais.
Outro engenho que se incorpora a vida moderna é o aparelho celular. Este, porém, vem sendo alvo de muitos comportamentos grosseiros. Uma situação que se repete com uma assiduidade irritante é o uso do aparelho em ambiente públicos como restaurantes, cinemas, teatros. E mais, o usuário que se arvora em único habitante do planeta e compartilha suas conversas com toda a assistência, falando alto, atrapalhando a conversa de outras pessoas. O celular também é alvo de comportamentos inadequados no trânsito. Além de representar um comprovado perigo de acidentes sérios, os usuários do aparelho que tentam dividir a atenção entre trânsito e conversa, atrapalham o fluxo normal do tráfego, tira a atenção do ato de dirigir e, sem qualquer aviso, estaciona, dobra esquina, reduz velocidade e irrita quem, com ele, partilha as ruas.
São hábitos que, cotidianamente repetidos a exaustão, revelam que nem sempre o bom senso caminha parceiro das práticas diárias. Que hábitos e costumes revelam as mudanças do tempo mais, nem sempre, manifestam sinais de civilidade e coerência. Assim, nos ensina o poeta Manoel de Barros:
No que o homem se torne coisal -, corrompem-se nele
os veios comuns do entendimento.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário