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Francisco Cartaxo

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Futebol do Nordeste em 2017

18/12/2017 às 10h09 • atualizado em 18/12/2017 às 10h11

Futebol do Nordeste em 2017 - Por: Francisco Frassales Cartaxo

Quatro times do Nordeste na elite do futebol brasileiro. Uma festa. Foi assim que a mídia esportiva saudou a chegada do Ceará Sporting à primeira divisão, após campanha brilhante na série B do campeonato nacional. Foi juntar-se aos três clubes nordestinos que permaneceram na série A: Bahia, Vitória e Sport. Desde 2006 – quando foi adotado o formato atual da competição por pontos corridos e 20 clubes -, pela primeira vez o Nordeste tem quatro times no brasileirão. Mas nem tudo é festa. O Vitória, da Bahia, e o Sport Recife permaneceram ali este ano, só Deus sabe como… com os torcedores na agonia de roer unhas e soltar palavrões. Sem contar as promessas pagas, em especial, ao Senhor do Bomfim pelo adjutório final na última rodada do campeonato!

A série A significa mais grana, mais exposição midiática, mais chances de revelar e valorizar jogadores, muito prestígio, enfim, tudo que proporciona disputar um dos certames mais importantes do mundo, em matéria de esporte coletivo de massa. Há outros aspectos significativos. Um número maior de clubes do Nordeste na competição reduz as viagens longas, propiciando menos cansaço para os atletas e, em tese, mais rendimento em campo. Como todos os times jogam entre si duas vezes no decorrer do campeonato, a maratona de deslocamento pode pesar na performance dos jogadores.

Mas futebol não é só a elite.

Balanço do desempenho dos clubes nordestinos nas demais categorias indica que no conjunto, numericamente, ficamos quase na mesma: com quatro times na série B e oito na série C. É complicado analisar a série D, em virtude da quantidade enorme de competidores e a pouca relevância dessa categoria, salvo em aspectos sub-regionais. Por isso, deixo fora destas notas.

E o balanço entre os estados?

Aqui estão algumas surpresas do futebol nordestino em 2017. O estado do Ceará foi o grande vencedor. O Fortaleza, até que enfim consegue subir à série B e o Ceará Sporting retorna à elite. Ambos por merecimento. No outro extremo se acha Pernambuco, ao sofrer grande revês. O Sport escapou do rebaixamento por um triz, na última rodada. Times de tradição e grande torcida, como Santa Cruz e o Náutico, caíram para a série C, em clima de tragédia… Ali permanece o Salgueiro, o guerreiro do sertão. Pernambuco foi, sem dúvida, o estado mais frágil na temporada deste ano, independente da frustração pessoal deste cronista, sofredor do Santa Cruz.

Alagoas foi outro estado ganhador. Garantiu o CRB e viu o CSA ascender à série B. Para um estado pequeno é um grande feito. O Maranhão também merece registro pelo acesso do Sampaio Correia àquela categoria. O mesmo não se pode dizer do Rio Grande do Norte, que teve o ABC rebaixado da série B para C. Para 2018, o Nordeste manterá oito representantes na série C, o que não é vantagem nenhuma na medida em que três clubes lá estão por terem sofrido rebaixamento, Santa, Náutico e ABC. A esses três some-se a presença do Botafogo, de João Pessoa, do Globo (RN), do Confiança (SE) e do Juazeirense (BA).

Por que é tão frágil o futebol do Nordeste?

Há uma carrada de razões, além lado da pobreza relativa da Região. A gestão dos times de futebol é uma calamidade. O Santa Cruz, por exemplo, entrou em campo muitas vezes em 2017 com três meses de salários atrasados! E saí da série B cheio de dívidas. Agora coloca na rua mais da metade de seus 140 servidores! Parece até com certas prefeituras municipais…


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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