Força, professor José Antônio
Por Francisco Frassales Cartaxo
Escrevo estas linhas enquanto José Antônio de Albuquerque está na UTI da Unimed, aqui no Recife, onde se submeteu, ontem, dia 22, a implantação de duas safenas e uma mamária. Ainda não posso visitá-lo. Esse resguardo leva alguns dias. Por isso, relembro nossas conversas. Nos últimos meses foram papos virtuais, ele em seu aconchego rural, no sertão potiguar, eu lhe invejando a sorte, nestes tempos pandêmicos cabeludos. Zé Antônio não se fazia de rogado e carregava na altura do milharal, no verde do canavial, no cheiro da rapadura, que ele comia na coalhada ou com queijo de coalho! E eu com água na boca, jogando às favas a dieta alimentar.
Quando vou a Cajazeiras, não conto as vezes que subo a interminável escada da Rádio Alto Piranhas para me atualizar nas tricas políticas. Em época de eleição, Deus do céu, rolam as “pesquisas internas” e previsões, nem sempre confiáveis, graças a seu temperamento e a torcida difícil de esconder por mais que tente disfarçar!
Bom mesmo são as conversas em torno do nosso passado. Entre um telefonema e outro, a visita rápida de um cliente ou a troca de palavras com algum colega de trabalho, a gente destrincha questões históricas de Cajazeiras, às vezes, motivadas por achados preciosos, descobertos em jornais antigos ou em documentos que nos chegam às mãos por acaso. Deleite de intelectuais que sonham em ligar as pontas obscuras de episódios vividos por ancestrais, não reveladas nos escritos de pesquisadores dedicados, como Deusdedit Leitão, Antônio de Souza, João Rolim da Cunha e, mais recentemente, de jovens professores e estudantes universitários de Cajazeiras.
Tudo isso a gente mexe e remexe. E quanto mais remexe mais aguça a vontade de espichar o papo e conhecer melhor a história da Ribeira do Rio do Peixe. Agora, mais do que nunca, com a animação cultural reinante em Cajazeiras e a estimulante atuação da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.
Hoje, professor, a conversa é outra.
É tempo de paciência, paciência, paciência. De seguir à risca as recomendações da medicina, na certeza de que tudo terminará bem. A dor de hoje será a alegria de amanhã. Nada de querer dar passos largos para queimar etapas nessa caminhada de meses até a completa recuperação. Não invento frases de efeito. O que falo é a expressão real de quem ainda se encontra no estágio final desse processo de restabelecimento da saúde. Força, professor José Antônio!
Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL
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