A festa do livro Guerra ao fanatismo
Por Francisco Frassales Cartaxo
Local e data chegaram a ser questionados. Sábado pela manhã, na Livraria do Luiz? Na véspera do dia dos namorados… Melhor se Frassales tivesse escolhido ambiente mais amplo, à noite. Escutei objeções desse tipo ao lançamento do livro Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero, ocorrido em João Pessoa, dia 11 de junho. Ouvi, mas já acertara tudo, mesmo abrindo mão da presença dos sobrinhos residentes na capital, que já haviam programado viagem com antecedência.
O lançamento foi um sucesso total.
Não apenas de público e de venda, mas sobretudo pelas características que assumiu. Houve presenças inusitadas. Dom José Gonzalez Alonso, levado por Paulo Andriola, foi uma delas. Chegou sem pressa de ir embora, falou, entabulou conversas com cajazeirenses, abafou saudade na alegria de estar entre os seus queridos diocesanos. Parecia em casa. Honra imensa tê-lo no meio da nação Cajazeiras, a ocupar um pedaço de chão, momentaneamente sertanejo, naquela manhã de sábado.
Quero seu endereço completo para eu lhe enviar um convite, eu dissera dias antes. A resposta veio pronta, já sei, é o lançamento do seu novo livro, soube pelo jornal, não precisa convite, já me sinto convidada. Era a voz de Lourdinha Luna, confidente de alegrias e agruras do ministro José Américo de Almeida, nos anos de autoexílio em Tambaú. Ela me presenteou com dois de seus livros. E reclamou, você deveria ter feito este lançamento na Casa de José Américo, eu organizaria tudo, disse em tom de carinhosa reprimenda, vendo minha face avermelhar, menos pelo carão público e mais por ferir a humildade de escritor, herdada de meu pai. O próximo livro lançarei lá, eu lhe prometi, certo de concluir até o final de 2017 o primeiro volume da História Política de Cajazeiras.
Cajazeirenses invadiram a Livraria do Luiz.
Mas não só cajazeirenses e cajazeirados. Lá estavam colegas de trabalho do tempo em que Ivan Bichara governou a Paraíba. Uma surpresa para mim e para Gonzaga Rodrigues. Ele me segredou a admiração de ver aqueles rostos estranhos à rotina da Livraria, ele que é testemunha frequente de eventos semelhantes. Meu ego cresceu na emoção de saber que, deixando de ser chefe há muitos anos, continuo querido!
Havia também o público habitual das manhãs de sábado na Galeria Augusto dos Anjos: Hildeberto Barbosa, José Octávio, Humberto Mello, Gonzaga, José Nunes, essa plêiade que curte um bom papo literário e história e política e sonhos e devaneios. Em meio a tantas presenças, aqui realçadas em feição de amostra, uma foi comovente em especial. Mal eu chegara à Livraria, aparece um senhor com sinais visíveis de Parkinson, na companhia da filha, a voz espalhada no ambiente, onde eu compro o livro, vim porque o tema me interessa desde que estudei no Seminário, saí antes da ordenação, me formei em direito, fui promotor e virei também professor. Arlindo Ugulino se apresentou, já ao meu lado, para receber o primeiro autógrafo no seu exemplar do Guerra ao fanatismo. Por que me comoveu? Ele é o tipo de leitor com o qual sonha qualquer escritor de meia tigela: não é parente nem amigo nem colega de trabalho. Sequer fora convidado!
Danilo Moésia rejeitou o microfone.
Peripatético, representou mais do que declamou o poema No cimo da montanha, uma joia de Cristiano Cartaxo. Pôs calor na poesia, a alma mergulhada nos versos, envolvimento emocional ao ponto de provocar lágrimas aqui e acolá em rostos comovidos. Lindo!
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