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Alexandre Costa

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Ferrovia Transnordestina: por que a PB ficou de fora?

02/12/2022 às 19h26

Coluna de Alexandre Costa - imagem ilustrativa/reprodução-internet

Por Alexandre Costa

Iniciada há 16 anos, as obras de construção da mais importante Ferrovia do Nordeste, a TLSA-Transnordestina Logística S/A, continuam inacabadas e ainda sem qualquer previsão de conclusão. Até aqui nada de novo, o abandono dessa obra, é o retrato fiel do descaso com as obras estratégicas para o desenvolvimento do país que entra no rol das mais de 24 mil obras paralisadas pelo país. Estamos calejados, sofremos com isso a Transposição do Rio São Francisco, uma obra prevista para ser concluída em 05 anos levou uma década e meia.

Com o traçado original saindo do município de Eliseu Martins-PI e com uma bifurcação estratégica em Salgueiro-PE para os portos de Pecem no Ceará e Suape em Pernambuco a Ferrovia Transnordestina nos seus 1752 Kilometros de trilhos se transformaria numa obra emblemática para a retomada da expansão do modal ferroviário no país, sepultado desde o Plano de Metas do governo Juscelino Kubistchek, nos anos 1950.

Um projeto ambicioso no formato de Parceria Publico-Privado que já consumiu até 2018 mais de R$ 6,0 bilhões, Inclusive do Fundo de Investimento do Nordeste-FINOR, prevendo a interligação desses dois mais importantes portos nordestinos para viabilizar o escoamento do minério de ferro e gesso vindo do Piauí e no sentido inverso abastecendo o Vale da São Francisco, sul do Piauí e oeste baiano com combustíveis, veículos, fertilizantes fechando o círculo virtuoso do desenvolvimento. O que aconteceu? Até agora nada, a obra permanece inconclusa nos restando apenas frustração e desesperança.

Óbvio que uma obra nessa dimensão e magnitude, percalços como readequação de projetos, desvios de recursos públicos, paralisações por falta de verba e rígidas imposições no cumprimento de normas e leis ambientais, apesar de inaceitáveis, em se tratando de Brasil, são contingências rotineiras. Surpreendeu-me a força e a determinação classe politica pernambucana ao superar, revertendo talvez, o maior golpe que a economia do estado estava prestes a receber: o cancelamento da execução dessa ferrovia no trecho pernambucano Salgueiro-Suape.

O Imbróglio começou quando o Ministério da Infraestrutura anunciou que a TLSA apenas construiria o ramal Salgueiro-Pecém deixando Suape fora do traçado da Transnordestina. Revolta geral! Os políticos pernambucanos agiram rápido. Sob a firme liderança do governador Paulo Câmara (PSB) a Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição para permitir a exploração do transporte ferroviário pelo governo estadual uma medida que salvou e viabilizou a ferrovia por meio de uma parceria com a BEMISA, um gigante do setor de exploração e exportação de minérios que assumiu a obra.

E a Paraíba, Hein? Desconheço qualquer iniciativa concreta dos nossos representantes políticos para contemplar nosso estado com um ramal da Transnordestina, ligando o Sertão ao futuro Porto de Aguas Profundas no município de Mataraca. Ignoram e voltam às costas para uma nova forma de fomentar o nosso desenvolvimento socioeconômico ampliando a nossa competitividade logística com a implantação de um modal de transporte eficaz, econômico e sustentável. Simplesmente além de pensarem pequeno, se é que pensam, eles não enxergam isso.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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