Fé no Brasil e nos brasileiros
Muita gente me pergunta como consegui sair dos bancos de feira de Cajazeiras para me tornar empresário do ramo de varejo, empregando mais de sete mil pessoas em sete estados do Nordeste.
Perguntam, por exemplo, se eu tinha vislumbre do que seria minha vida enquanto meu mundo se resumia ao sítio Várzea de Cacimba, iluminado pela luz do lampião.
Quais os percursos, os desafios, os percalços de trajetória tão alongada?
Eu costumo responder com uma pergunta:
– Quanto tempo você tem para a resposta?
Brincadeiras à parte, claro que encontrei muitas pedras pelo meio do caminho – algumas quase intransponíveis.
E eu as escalei descalço!
Por isso que confessei, diante da mais alta casa legislativa do País, no ato de minha posse, que aquela era minha segunda maior realização.
“A primeira ocorreu aos 14 anos, quando calcei – pela primeira vez – um par de sapatos”, revelei sem constrangimento.
Não tenho, realmente, vergonha alguma da juventude pobre. Aliás, muito pelo contrário.
Não tenho, principalmente, nenhum embaraço com o que veio depois, pois o fio condutor dessa longa travessia foi (e continua sendo) o trabalho.
E mais um ingrediente que agora revelo, em meio a tantas turbulências que desafiam nossa capacidade de acreditar no País. E em nós mesmo.
Estou falando de fé:
Em mim, na capacidade do brasileiro e nesse berço tão esplêndido que chamamos de pátria.
Aos descrentes, um aviso: somos muito mais, enquanto nação, do que esse instante republicano sugere.
Realmente acredito – pela fé, capacidade, criatividade e persistência – que estamos predestinados a dar certo como País.
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