Era uma vez…
Por Reudesman Lopes
Era uma vez um professor apaixonado pela sua cidade, sua história e os esportes desta, principalmente o futebol. O seu sonho era vê-la com um museu, já que em suas andanças, observava que cidades bem menores que a sua, os possuía e, ele não entendia a causa do seu torrão não possuir o seu.
O tempo passa, o professor resolve escrever um livro que mostrasse a história do futebol da sua cidade e, após mais de uma década de pesquisa, acaba contemplado com uma obra que segundo os críticos servirá em muito aos historiadores de hoje e do amanhã. Após o lançamento deste o professor ao se deparar com tantas doações que conseguira, entendeu que ali, naquele momento ele poderia realizar o seu sonho e assim, presentear o seu torrão natal com um museu.
Certo dia ao saber que se planejava iniciar a instalação do museu da sua cidade ele correu ao local e ao perceber que quase nada havia a ser mostrado aos visitantes quando desta solenidade, de pronto solicitou ao responsável a oportunidade de realização de uma exposição de um clube da cidade, homenageando-o pela passagem de mais um ano de sua fundação. E assim foi realizada, diga-se, coberta de sucesso e com presenças significantes de desportistas população em geral.
Ao final do evento o responsável falou ao professor: “Você me salvou meu irmão”. Naquela oportunidade o professor usou duas salas e um corredor central. Passando o tempo e observando que as muitas salas continuavam sem receber qualquer atividade, o professor resolveu colocar mais acervo do museu e assim preencher este vazio, sem jamais ser interpelado pelo uso destas.
O museu passou a ser uma referência com visitas de pessoas desta e de outras cidades e, principalmente, com alunos que estavam ali para realizar pesquisas e através desta história aprofundar o seu conhecimento com relação a sua terra. Mas, o professor não sabia que com a chegada das chuvas, aquela história de beleza e encantamento se tornaria um caos visto que a estrutura do local em que abrigava o museu, muito antiga, não suportava o volume das águas.
O gestor da casa, com os seus próprios recursos tentou fazer os reparos necessários, mas, o problema era muito maior que se pensava. O professor, temeroso pelo desfecho da possível perda do acervo do museu, iniciou uma peregrinação pelos secretários municipais e até foi a Câmara Municipal tentar apoio, entendendo estar ajudando. Infelizmente, todas as autoridades visitadas pelo professor foram diretamente ao gestor da casa, e este entendeu que o professor havia ultrapassado o limite, uma afronta a sua autoridade, quando na verdade o professor queria apenas tentar agilizar o processo de recuperação do teto da casa.
Esse foi o pecado cometido pelo professor que a partir deste dia entendeu o quão seria difícil realizar o seu sonho.
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