Efeitos políticos da Operação Andaime (2)
Semana passada, comentei a sentença proferida pelo juiz da 8ª Vara Federal da subseção judiciária de Sousa, Marcos Antônio Mendes de Araújo Filho. Essa decisão encerra, na primeira instância, o processo originado na Operação Andaime, deflagrada em junho de 2015. Abordei os reflexos políticos e eleitorais em Cajazeiras. E o fiz com fundamento, quase sem usar adjetivos. Baseado em fatos, relembrei episódios recentes de nossa história política, realçando verdades que estão à vista de todos.
Um político de Cajazeiras não gostou.
Um político, que já foi poderoso, deu-se à tarefa de atirar ofensas a este cronista e lançá-las na internet. Usou ali adjetivos descolados da realidade, adequados para voltar à origem, num emblemático exemplo do que em Psicologia se chama projeção, ou seja, mecanismo de defesa que consiste em atribuir a terceiros os próprios erros ou desejos pessoais. Às vezes, tais reações atingem a quem atirou. Viram bumerangue. Por isso, não desço ao patamar de onde saíram os impropérios.
Ocupo este espaço no Gazeta do Alto Piranhas, desde julho de 2004, quando aceitei o desafio do professor José Antônio de Albuquerque. São mais de 14 anos de colaboração ininterrupta, suspensa apenas uma vez, durante algumas semanas. Nestes anos todos, a maioria dos temas aqui tratados gira em torno de Cajazeiras, sua história, eleições, política, desenvolvimento, fatos do cotidiano, reminiscências. Compartilho, também, com os leitores preocupações e emoções ligadas à literatura, à vida política nacional, ao registro saudoso de entes queridos que faleceram. Pois bem, se algum curioso passar a vista nos meus textos, com a mais absoluta certeza, não encontrará adjetivação vazia ou acusações levianas e gratuitas. Mesmo quando toco em temas polêmicos.
A corrupção, por exemplo.
Entre os 700 textos semanais publicados neste jornal, dezenas deles versam sobre corrupção. Mais de dez artigos, seguramente, focam ou citam a Operação Andaime. Em nenhum desses escritos há comentários vazios, desprovidos de fundamento. Por quê? Porque eu prezo minha palavra. A palavra escrita, sobretudo. A palavra é a expressão da personalidade, quer venha de jornalista, de um político, do professor, do padre ou pastor. Ou de uma pessoa comum. Aprendi com meus pais a cultivar bons hábitos. Um deles é valorizar a palavra. Jamais usá-la com leviandade.
A propósito, tenho orgulho de minha família.
Ivan Bichara Sobreira, por exemplo, é primo, afilhado e compadre de meu pai. Entrei no seu governo pela porta da frente, depois de acumular experiência, por mais de 10 anos, como técnico da Sudene e do Banco do Nordeste. E me sai bem, penso. Não decepcionei Cajazeiras, tenho certeza, porque do meu trabalho resultaram benefícios para minha terra, para o sertão e a Paraíba. Cajazeiras não teve motivos para envergonhar-se deste seu modesto filho. Nem de Ivan Bichara, governador sério, operoso, honrado. Honesto. Até hoje, ninguém sequer teve a audácia de pôr em dúvida sua honestidade, a retidão com que sempre lidou com o dinheiro público.
Isso é patrimônio valioso.
Muito mais valioso do que arrogar-se dono de votos, que hoje se tem e amanhã se perde. O patrimônio moral, ao contrário, é eterno. Não sei, se no futuro, alguns chefes políticos, que passaram pela prefeitura de Cajazeiras, serão lembrados, como Ivan Bichara Sobreira tem sido: um político honesto, sério, honrado.
Cajazeirense residente no Recife. [email protected]
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