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Alexandre Costa

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E o lixão de Cajazeiras?

20/06/2022 às 20h06

(Foto: ilustrativa/reprodução-internet).

Por Alexandre Costa

Prestes a botar os pés na OCDE-Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (o chamado clube dos países ricos) o Brasil esbarrou em vergonhosas e estarrecedoras estatísticas de proteção e conservação ambiental que cobravam soluções imediatas, mas que vinham sendo proteladas a décadas.

E foi exatamente dentro do quesito de modernas práticas ambientais em ESG (sigla em inglês para adoção de critérios de ordem ambiental, social, e de governança) que o Brasil levou cartão vermelho e hoje corre atrás do prejuízo para sanar uma chaga, entre tantas outras, que nos impede de entrar para o grupo das economias mais desenvolvidas do mundo: os lixões a céu aberto nas cidades brasileiras.

O esforço é antigo. Durante os anos 1980 e 1990 várias leis tentaram regrar, sem sucesso, o descarte ambientalmente correto dos resíduos sólidos para encerrar de vez os lixões, que pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei N° 12.305, de 2010, já deveriam estar substituídos por aterros sanitários desde 2014.

Um festival de postergações e descaso ambiental que produziram estatísticas que assustam o mundo: O Brasil gera hoje, 79 milhões de toneladas de resíduo sólido urbano por ano, são mais de 3 mil lixões que continuam ativos por todo país, sendo que apenas 2% desses resíduos passam por reciclagem ou reaproveitamento.

Na Paraíba foram registrados avanços no problema de depósitos de lixo a céu aberto. Dados recentes do MPPB-Ministério Público da Paraíba apontam que o número de cidades com destinação correta de resíduos sólidos passou de 29 cidades em 2017, para 194 em 2022, dos nossos 10 maiores municípios apenas Patos e Cajazeiras ainda se utilizam desses lixões.

Cajazeiras, embora tenha partida na frente no início dos anos 2000 como umas das primeiras cidades do estado a implantar um aterro sanitário sofreu por receber uma obra mal planejada, subdimensionada com gritantes erros de projetos e que por falta de manutenção e ampliação se tornou novamente, em menos de dez anos depois construído, um grande lixão a céu aberto.

Na atual gestão municipal tenho percebido um esforço hercúleo do prefeito José Ademir na adoção de práticas sustentáveis na coleta e destinação do lixo da cidade, manifestado na criação, em parceria com o Instituto Recicleiros, de uma inovadora cooperativa de catadores para coleta seletiva com uma unidade de processamento de materiais recicláveis. Já é um avanço, mas não resolve o problema.

Consciente da gravidade do problema e com um pouco mais da metade do seu mandato a cumprir, depois tratativas infrutíferas com empreenderes italianos, o incansável Zé, apresentou na última semana uma proposta de uma possível parceria com a empresa CR SOLIDOS para encerrar o atual lixão e dotar Cajazeiras de um moderno aterro sanitário com utilização de uma revolucionaria tecnologia de ponta que transforma lixo em energia. É aguardar para ver.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

Alexandre Costa

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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