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Maria do Carmo

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Cortinas prateadas

27/03/2024 às 19h23

Coluna de Maria do Carmo - imagem ilustrativa - reprodução/Pixabay

Por Maria do Carmo – A princípio parece tratar de um ambiente adornado para um evento, ademais é uma grande festa surgindo em longínquos lugares, são os fios cristalinos feitos pela natureza cuja claridade é semelhante ao brilho do elemento químico metálico da prata formando cordões luminosos descendo do alto do céu. Talvez a emoção ao descrever este espetáculo é tão forte que as palavras ainda não decifram o magnífico cenário da “chuva”.

É prazeroso ao abrir uma porta ou talvez uma janela, o vento bate no nosso rosto e um clima agradável tranquiliza a mente, baixando a temperatura da corrente sanguínea. O envolvimento na observação das gotículas que aos poucos vão aumentando a intensidade e mergulhando no lirismo a contemplar as belas linhas brancas, na lentidão vai tecendo um grande pano nebuloso do líquido precioso caindo no solo terrestre, a salvação da plantação cujas folhas murchavam com o sol escaldante.  Continua a viagem no mundo da subjetividade, chuva, aura da paz, prova dos mistérios do Criador, seja sempre bem-vinda! Bem-dito seja este fenômeno natural e vital para os animais: racionais e irracionais, e para os seres inanimados as águas derramadas transformam fortes metais.

Nas regiões de clima quente e seco, quanto é agradável a chegada de uma chuva apagando a poeira da terra seca, em pouco tempo aparece uma aragem: graças a chuvinha que caíra, suficiente para amenizar o incômodo do calor possibilitando o bom ânimo às pessoas, animando os animais, tornando as plantas mais verdes e vivas. O agricultor nordestino de pele tostada pelo sol ver ao longe uma nuvem acinzentada, em pouco tempo, a brisa maravilhosa chega, as folhas secas caem e bailam no solo, os galhos das árvores se balançam produzindo ruídos é sinal de que a chuva está chegando. Chuva! Abençoadas gotículas descendo sem escolher aonde vai cair, enchem açudes, rios, barragens, os córregos de águas barrentas banham o solo se infiltrando no subsolo torna o lençol freático com águas abundantes nos poços subterrâneos. Concomitantemente, na simplicidade do lavrador é fortalecida pela fé em Deus e nas figuras dos santos em uma convergência milagrosa entre a chegada das chuvas, a messe da riqueza, da felicidade e da crença divinal.  

Saindo do campo metafórico e descrevendo objetivamente, a chuva, este fenômeno natural é composto por dois elementos cuja fórmula na tabela periódica é H2O; dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio, a acidez da água das chuvas é normal apresentando PH em torno de 5,6, sendo uma água pura, saudável e também apropriada para o banho. As águas das chuvas não causam, gripes e resfriados, estas doenças são caudadas por microrganismos do ar, entretanto a água para o consumo humano precisa ser tratada nas estações de tratamento uma vez que as águas puras das nuvens caem em rios, açudes e barragens onde são armazenadas  passivas de contaminações e poluentes.

O cenário exuberante da chuva origina-se nas nuvens onde a luz e o calor provocado pela  evaporação das águas dos rios, mares, oceanos, as folhas das plantas  ficando o vapor d’ água mais úmido e mais leve do que o ar quente indo para o alto da atmosfera as moléculas de água se condensam transformando em gelo que vão se acumulando em grande quantidade no topo das nuvens ficando as mesmas pesadas e através do efeito da tensão superficial e atrito do ar dão origem a precipitações; a chuva que cai em forma de gotículas. Quando as nuvens estão bastantes densas formam barreiras  bloqueando a passagem da luz solar por existir uma grande quantidade de gelo nas mesmas tornando-as mais escuras. Entre os tipos de chuva, os mais comuns são: frontais (ciclônicas), convectiva e orográficas: a primeira formada pelo encontro de massas de ar fria e quente: chuva de frente fria; a segunda em decorrência das altas temperaturas com evaporação da água do solo aumentando a temperatura com a condensação na atmosfera retornando à terra em forma de chuva: chuva de verão; a terceira, o ar úmido é forçado a se elevar ao cruzar a montanha, chuva de relevo.

Se existem as catástrofes: desabamentos de prédios, inundações nas cidades, doenças, mortes:   uma tristeza, lamentavelmente não é culpa das chuvas, mas do descaso do poder público, do desrespeito do homem cuja inteligência ainda não atentou para a preparação e adequação dos terrenos para a moradia, os caminhos das aguas pluviais passarem deve ser preservado. A chuva cai para todos e todas as localidades, cabe ao homem ver o local seguro para morar, consequentemente as águas ao invés de transtornos se tornarão um elemento propulsor de riquezas para a sobrevivência: água das chuvas não prejudica a ninguém, pelo contrário, ela é sinônimo de grandeza, enriquecimento e sobretudo “vida”.

Hoje não é concebível os transtornos causados a pelas chuvas em certas regiões, a meteorologia estuda os fenômenos da atmosfera e a interação com a superfície terrestre, a climatologia trata do clima em relação a abundância e distribuição das chuvas, a engenharia de edificações está para analisar os terrenos apropriados para a construção de residências. Essas ciências norteiam o homem a fim de que o mesmo encontre as formas de vivências em consonância com a presença das chuvas num clima harmonioso, afinal elas sempre irão existir, “para a nossa felicidade” e são imprescindíveis à existência da vida do planeta.

Não deixemos apagar o sentimento de amor pelas chuvas, é preciso uma clareada na nossa consciência sobre as ideias deturpadas de que as chuvas são prejudiciais, pelo contrário, elas devem ser motivo de alegria e aplaudidas com carinho pelos habitantes da terra. Um bom exemplo da receptividade para com as chuvas é realizado pela sinfonia da passarinhada   entoando o musical majestoso nas madrugadas rurais na sua inocência, comemoram a chuva que caiu na noite passada. O raiar de um novo dia de sol ofuscante está surgindo e nas tardes campesinas é a vez do show das cigarras nos bosques e a interpretação da sabedoria popular faz a previsão de que mais chuvas irão acontecer. Vem chuva! Teu líquido leve inebria a nossa alma e esfria o nosso corpo.

Professora Maria do Carmo de Santana

Cajazeiras, 26 de Março de 2024


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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