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Mariana Moreira

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Chico, seja bem-vindo!

19/06/2016 às 19h52 • atualizado em 21/06/2016 às 19h55

Dom Francisco de Sales: “EU ESTOU NO MEIO DE VÓS COMO AQUELE QUE SERVE”

Por Mariana Moreira

E teremos nosso Francisco. As coincidências que, não tão esporádicas, se registram como eventos benfazejos e alvissareiros, nos trazendo como signos de nossos tempos, um novo bispo para a Diocese de Cajazeiras que recebe na pia batismal o mesmo nome que o atual papa adota como marca de seu pontificado.

Dom Francisco de Sales Alencar Batista é nomeado bispo de Cajazeiras e chega com a responsabilidade da estréia neste pastoreio e da continuidade ao profícuo trabalho desenvolvido por D. José Gonzalez Alonso, um europeu com alma e sentimentos sertanejos que, na nossa Diocese, traduziu em ações pastorais e na organização e condução da Igreja enquanto experiência humana e enquanto dimensão espiritual, um trabalho que finca sedimentos e alicerces sólidos que se projetam como possibilidades e devires.

O nosso Francisco, trazendo no corpo e na alma as marcas de sua terra e de sua gente, chega com a juventude que refresca e revitaliza o antigo. Nascido nas franjas da Chapada do Araripe, cresce a sombra de beatos e místicos que, em histórias e narrativas sertanejas, povoam mentes e sonhos dos povos do sertão. Como menino idealizou cangaceiros e vaqueiros em vestimentas, valentias e destemor. A vocação religiosa forjada e formada na Congregação Carmelita o tange para outras paisagens e para velhos e novos cenários humanos e físicos.

A sua primeira experiência como pastor e condutor de uma diocese traz expectativas e nos alenta. Que as fronteiras da Cúria Diocesana se alarguem e rompam com as atrofias de uma vivência religiosa que esquece os pecadores e desviantes. Que os territórios e espaços da prática cristã, sob a orientação do nosso Francisco, rompam com a invisibilidade que negligencia a dignidade dos transgressores, dos farisaicos, dos estrangeiros, dos diferentes em todas as suas multiplicidades e individualidades.

Que Maria, travestida de Virgem da Piedade, estenda seu manto protetor de mãe sob todos os rincões de nossa Diocese, acolhendo ímpios e fieis, e, sobretudo, que conduza por suas mãos firmes, o nosso Francisco. Que ele entenda o sofrimento do nosso povo não como castigo de um deus perverso e ingrato, mas como consequencia de uma estrutura política que aparta, isola, qualifica. Entenda que pobres, de espírito e de posses, carecem da presença, da ação e da atuação de uma Igreja que tem no Cristo judeu, filho de carpinteiro, amigo de pescadores, protetor de viúvas e órfãos, defensor de prostitutas e criminosos, o ícone da solidariedade, da amizade, da vida.

E, traduzindo nossos sentimentos na expressão de nossa forma peculiar de sertanejo, lhe dizemos: seja bem vindo Chico. Que em nossa Diocese você pastorei o rebanho em todas as suas múltiplas manifestações de fé, condutas e atitudes.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Mariana Moreira

Mariana Moreira

Professora Universitária e Jornalista

Contato: [email protected]

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