Chape: o filme interrompido
Por Gustavo Poli
A tragédia aérea comove – porque morre muita gente de repente – e ao mesmo tempo. Buscamos explicar porque a tecnologia humana nos falhou e sentimos que todo avião que cai poderia ter sido o nosso – ou o de alguém próximo e querido. Conversamos com nosso medo maior – o medo da indesejada das gentes – e sentimos seu bafo frio por um instante. E então, iludidos, achamos que conseguimos afastá-la para nunca mais. Mas não existe nunca mais para ela. A tragédia esportiva comove – porque no esporte projetamos ideais e utopias – e morte do personagem público é um livro rasgado, um arquivo corrompido, um filme interrompido antes do clímax. Um avião caiu. Mais de setenta pessoas morreram. A tragédia aérea se atou à esportiva. A história de um pequeno grande time catarinense ficou gigante. Vinte atletas. Treinadores. Jovens. Veteranos. Vinte jornalistas – contadores de histórias interrompidos. Um clube. O esporte comove porque nele desafiamos limites e canalizamos instintos. E hoje, diante da tragédia, aflora nossa melhor parte – aquela capaz de estender a mão. Em cada ato de solidariedade ou compaixão, em cada lágrima ou abraço, a gente se conecta. É isso que a fragilidade faz. É isso que fazemos quando nos sentimos coletivamente vulneráveis, quando nos sentimos diante da notícia até óbvia de que somos breves. E que, num sopro, podemos deixar de ser.
E então nos transportamos para a Arena Condá – onde mais de mil pessoas se sentam nas arquibancadas diante de um campo vazio. Estão ali para velar seus mortos – para ver o jogo silencioso. No gramado sem vinte e dois atletas, sem treinador, sem juiz, talvez atuem sombras dos últimos lances, talvez corra uma bola grávida de significados. A tragédia dói mais porque a Chapecoense foi abatida no auge de sua jornada. O indiozinho humilde que ameaçava conquistar a América e – no clímax do filme – recebeu uma bala perdida. Em sete anos pulou da Série D para a Série A – e conquistou vaga numa final sul-americana. E de repente, não mais que de repente, foi fulminado. Mas, como Vanderlei abalroado pelo padre, a Chape sairá da tragédia maior – mais ampla, campeã de uma divisão extra dimensional – cativa no peito de cada brasileiro. E Chapecó vai guardar seus fantasmas – vai dar as mãos e seguir. Nós também. Vamos respirar, matar no peito, absorver e seguir na direção de nosso bafo frio. Esse – que fingimos driblar ou acreditamos enganar. Vamos lembrar desse 29 de novembro – vamos nos curar aos poucos. Talvez esqueçamos rápido de nossa mortalidade. É provável que voltemos a apontar dedos e cerrar lábios (e punhos). Mas, por um momento, ao menos, estamos em pausa – lembrando que todos seguimos até que passamos. Que possamos carregar alguma leveza de todo esse peso.
Diarruda
Esta palavra, “diarruda” foi sempre invocada por nós nos tempos das inesquecíveis peladas lá nos campinhos do Dom Moisés, na ladeira do Cemitério, na baixa dos dechalés, e vai por ai afora. Diarruda era uma expressão que dizíamos quando colocávamos a bola de um lado e a pegava do outro e que depois se configurou como o “drible da vaca”. Pois bem, agora quem levou um “diarruda” daqueles, foi o Campinense Clube que após falar em um acerto com o Marcelinho Paraíba, o vê no seu rival, o Treze e, já em plena preparação para a temporada 2017. O Galo deu um “olé” na Raposa tão grande que ela ainda não encontrou nem a bola do jogo.
Expectativa
Se aproximando das datas anunciadas pelos seus dirigentes, cajazeiras vive através dos torcedores de Atlético e Paraíba um clima de alta voltagem em termos de expectativa com relação à apresentação dos jogadores e ao início dos preparativos de treinamentos para a temporada 2017. Com uma nova gestão e um planejamento bem diferente dos anos anteriores, o Trovão, vem muito acreditado quando se trata de profundas mudanças. Os seus dirigentes apostam alto no sucesso do time que vem referendado pelo trabalho de um profissional do sul do país. O tricolor, acreditando no treinador Jorge Luiz, apostou nas promessas da região e vem com um grupo de jogadores que é composto por nomes do cariri cearense. É esperar para ver.
BOLA DENTRO
Para o clima do “futebol” que a cidade de Cajazeiras volta a viver após meses de uma longa espera. Na próxima semana, inicia-se, em Cajazeiras a pré-temporada do Trovão e do time Coral. Sorte é o que desejamos aos nossos representantes que estão a merecer uma NOTA 10!
BOLA FORA
Para a luta titânica que se trava em Cajazeiras e Sousa pela recuperação dos gramados do Perpetão e Marizão dizimados pela seca que castiga a anos. Pelo visto aquela famosa frase: “Se virem para deixar tudo certo” é o que se escuta. Mas, as ajudas e os apoios são poucos. Logo, vai a NOTA 0!
Reudesman Lopes
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