Cartaxada depois da pandemia
Por Francisco Frassales Cartaxo – A família Cartaxo no Brasil é uma só, nasceu em Cajazeiras de um gesto de saudade e amor. A tradição oral indica que, no início do século 19, chegou à Ribeira do Rio do Peixe um jovem português, desembarcado no Recife. Como mascate, Joaquim Antônio do Couto, ao andar de fazenda em fazenda, externava sua nostalgia da terrinha, a pequena Vila do Cartaxo, situada perto de Lisboa. Tanto falava que, ao aproximar-se das casas grandes, os moradores costumavam anunciar:
– Lá vem o homem do Cartaxo!
Por isso, ninguém estranhou quando, do primeiro casamento com Ana de Albuquerque (sobrinha do sesmeiro Luiz Gomes de Albuquerque, portanto, prima de Mãe Aninha) acrescentou Cartaxo ao próprio nome. Assim, começou a família, instalada em pedaço de terra, como dote. Desse primeiro matrimônio, nasceram dois filhos: José Antônio do Couto Cartaxo e Ana Alexandrina do Couto Cartaxo. Do segundo, com Ana Josefa de Jesus, foram doze.
O pequeno naco da família Cartaxo, que vai se reunir de 28 a 30 deste mês, no litoral sul de João Pessoa, deriva da união de Ana de Albuquerque com José Antônio do Couto Cartaxo, avô de Cristiano Cartaxo Rolim, neto de Zé Antônio, casou duas vezes. A segunda vez foi com Isabel Sales Cartaxo. Por coincidência, o poeta também constituiu duas famílias e, igualmente, teve 14 filhos, como o avô português, com a diferença de que não sobreviveram os dois rebentos tidos com Ilina, filha do coronel Joaquim Matos.
Quantos somos hoje?
Não sei. Dos doze nascidos do ventre de dona Belinha, minha mãe, restamos apenas três: Ana (Nanza) Cartaxo Aderaldo, que completará 98 anos, Constantino Cartaxo (Tantino), que já entrou nos 90. Eu tenho 84 anos. A Cartaxada nasceu da necessidade de ajuntar dezenas de descendentes para maior congraçamento desse ramo dos Cartaxo. Este ano será o 13º Encontro e terá parentes e aderentes espalhados em muitos lugares, como Colinas (MA), Fortaleza, Natal, Recife, Aracaju, Salvador, São Paulo, João Pessoa, Campina Grande e Cajazeiras.
Os mais novos vão se conhecer.
Cumpriremos variada agenda, que vai de documentários e exposições fotográficas a shows artísticos: música, danças, recitais, teatro, programas de humor. Homenagens e discursos emocionados! Jogaremos muita conversa fora… os papos sérios ficam restritos ao café da manhã, sempre recheados de nostalgia, no aconchego da proximidade física. Tudo isso graças ao gesto de saudade e amor do português Joaquim Antônio do Couto Cartaxo.
Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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