Carro elétrico: um dia você vai ter um (I)
Por Alexandre Costa
Remonta há mais de 200 anos os primeiros estudos e projetos de cientistas e inventores norte-americanos e europeus sobre a viabilidade para produzir e comercializar carros com motorização elétrica, feito que veio a se tornar uma realidade palpável em 1901 quando o engenheiro austríaco Ferdinand Porsche apresentou o Porsche P1 Semper Vivus, o primeiro carro hibrido (elétrico e a combustão) do mundo.
A tecnologia parecia engrenar, em 1910 a próspera Nova Iorque já possuía uma frota de mais de 60 táxis elétricos, mas começou a sucumbir em 1914 quando o gênio da indústria automobilística, o engenheiro Henry Ford, lançou o Ford T, um carro que se tornou um fenômeno de vendas no mundo, que com um preço por menos da metade do carro elétrico que sepultou a nova e revolucionária tecnologia. Somente no pós-guerra, na segunda metade dos anos 1940 é que a Tokio Electric Cars (futura Nissan) investe na produção de carros com propulsão elétrica lançando o TAMA veiculo com capacidade para 04 pessoas com uma autonomia de mais de 60Km. Um assombro!
Foi sob o impacto da grande crise mundial do petróleo nos anos 1970 que o mundo passou a buscar novas fontes alternativas de energias limpas que substituíssem os combustíveis fósseis. Era dada a largada para fabricação de carros elétricos em larga escala industrial. Os EUA saíram na frente nos anos 1990 com o audacioso acordo ambiental, “Veículos de Emissão Zero da Califórnia” um programa de cunho ecológico em defesa do meio ambiente que desenvolveu o EV1 da General Motors e o Toyota Prius um sucesso de vendas que se tornou uma referência mundial em termos de carros elétricos.
Alguns países da Europa já começam a colher os frutos do arrojado e consistente programa de substituição de veículos movidos por combustíveis fosseis para veículos elétricos. Semana passada, o Tesla Model 3 com motorização, 100%, elétrica, foi pela primeira vez o líder de vendas em todo continente europeu desbancando marcas tradicionais da indústria automotiva mundial. Um marco na história do automóvel.
Esse robusto e inteligente programa da União Europeia para compradores de carros elétricos não tinha como dar errado: prazos definidos para banir das ruas veículos movidos a combustíveis fósseis, programas de incentivos ancorados em fortes e atrativas isenções fiscais, bonificações que chegam a até dez mil euros além de não pagarem recarga, estacionamento nem taxas de pedágios.
E o Brasil, o que tem feito para expelir das ruas os veículos com os velhos e poluidores motores de combustão interna e entrar na era do carro elétrico? Respondo: praticamente nada!
Nem os constantes e exorbitantes aumentos dos combustíveis que alimentam a espiral inflacionária conseguem acordar o governo para implantar um plano de incentivo para viabilizar a produção e comercialização do carro elétrico em larga escala tornando-o acessível ao brasileiro. Na parte II desse texto abordaremos a saga do carro elétrico no Brasil. Obrigado pela leitura e até lá.
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