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Francisco Cartaxo

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Carnavais e músicas

18/02/2023 às 08h20

Coluna de Francisco Frassales Cartaxo

Por Francisco Frassales Cartaxo – Em nossos dias, as ruas se enchem de foliões, zanzando ou organizados em blocos com fantasias padronizadas. As músicas cantadas Brasil adentro, porém, passam a ter cor local. Libertam-se pouco a pouco das marcas registradas impostas pelas redes nacionais de televisão. Em passado mais distante era diferente. As emissoras de rádio de audiência nacional, sintonizadas em ondas curtas, davam o tom da folia cantante em todos os lugares. Hoje, tocamos músicas daqui mesmo, com personagens, motivos e recantos conhecidos, exaltados em frevos, marchas, sambas, canções que projetam nossa cultura.

São sinais de mudança no ar.

A realidade em movimento é forte. A população brasileira tem hoje um perfil muito diverso daquele que prevaleceu no século XX. A excessiva concentração de pessoas nas grandes metrópoles nacionais e regionais tem sido acompanhada do avanço de núcleos urbanos de porte médio, cada vez maiores e mais numerosos. Essa nova distribuição demográfica leva os centros intermediários a assumirem funções econômicas e sociais que, antes, eram apanágio das metrópoles.

Querem um exemplo?

Cajazeiras é hoje um respeitável polo de ensino universitário e técnico de dimensão sub-regional, forma um centro de prestação de serviços na área de saúde, no campo jurídico, ao lado de centro comercial ascendente. E mais ainda, abriga admirável base de veículos de comunicação social, firmada em mais de uma dezena de emissoras de rádio, televisão online, sites e blogs de notícias, informações e entretenimento. Isso é visível a olho nu. Poderia ter mais consistência se os governos planejassem ações estratégicas desenvolvimentistas, em sintonia com os interesses da população.

Pois bem, é nesse quadro de mudança, aqui apenas esboçado, que crescem manifestações culturais de cunho local, que aflora no carnaval o potencial artístico de compositores, músicos, bandas e cantores. Daí a presença em músicas de figuras populares típicas de nosso meio, como o inesquecível Saora, Índio, João de Manezim, Rosa, Maria Tarzan, Queixo Fino, Corrozinho, Caveirinha, Gobira, Fonfon e tantas outras que povoaram ou povoam nossa paisagem. Tudo isso carimba a história de Cajazeiras. O carnaval de hoje ensaia timbre próprio, tal qual no passado existia um solitário bloco do jaraguá, rua acima, rua abaixo. Abra a boca Jaraguá, quá quá quá quá, pega o menino, Jaraguá, quá quá quá quá.

E eu atrás da porta com medo do jaraguá!

Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

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