Cândida Moreira: a primeira cajazeirense a se formar em Direito
Por José Antonio – O professor e o maior historiador cajazeirense, Deusdedit Leitão (in memorian), sempre foi muito atento aos mínimos detalhes quando fazia suas pesquisas e são inúmeros os fatos descritos por ele que aguça a nossa curiosidade e enriquece a nossa história.
Por mais de uma vez ouvi-o falar sobre Cândida Moreira e logo afirmava: “foi a primeira filha de nossa terra que se formou em Direito” e ressaltava: “e o primeiro homem foi Manuel de Sousa Rolim”, que se formou em Olinda em 1834, era irmão do Padre Rolim e descendia de um dos primeiros povoadores do município – o sesmeiro Luiz Gomes de Albuquerque, seu avô materno e foi criado num ambiente escolar e levado pelo Comandante Superior José Gomes de Sá Júnior para São José da Lagoa Tapada, onde montou uma escola e foram seus alunos ali o médico Luiz José Correia de Sá, o jurista João Gualberto Gomes de Sá e o consagrado latinista Bento Correia de Sá e Albuquerque.
A advogada Cândida Moreira Filgueiras nasceu na Fazenda Bom Jardim, à época pertencente ao município de Cajazeiras. É filha de Bernardina Moreira Filgueiras e Manoel Moreira Neto. Cândida foi alfabetizada pela professora Umbelina Moreira Guedes (Bilinha), na Fazenda Bom Jardim, cursou o primário na Escola Mãe Aninha, com a professora Nicéia Claudino, estudou no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, em Cajazeiras e no Liceu Paraibano, em João Pessoa. Em 1965, formou-se em Direito pela Universidade Federal da Paraíba.
Foi secretária particular do governador João Agripino e assessora dos governadores Antonio Mariz e José Maranhão e sempre dava um jeito para por na agenda do governador uma audiência com os universitários de Cajazeiras, que queriam ajuda para a Semana Universitária. Trabalhou no Paraiban e hoje é aposentada.
LEIA TAMBÉM:
Cândida é de uma família de 13 irmãos: Teresa, Neli, Estelita, Francinete, Luzimar, Tarciso, Jurandir, João Moreira, Juarez, Helena, Joana Bosco, José Filgueira e Maria de Jesus.
Destes seus irmãos, tive mais aproximação com: José Tarciso, in memorian, foi meu colega de pensão, em 1966, na Rua da Imperatriz, em Recife e fazia parte da turma de cajazeirenses que se encontrava sempre aos domingos, em frente ao Cone São Luís, para ficar atualizado com as noticias da terra; José Filgueira, in memorian, que se formou em medicina, foi meu colega no Colégio Diocesano Padre Rolim, de 1960/63; Joana Bosco foi minha contemporânea de estudos e jogávamos voleibol na quadra do Colégio Padre Rolim e depois colega na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras e eu Francinete trabalhamos no Colégio Estadual de Cajazeiras, 1972, quando o diretor era Monsenhor Vicente Freitas.
José Moreira Lustosa registra em sua grande obra de genealogia “Uma Família Sertaneja”, que uma irmã de Cândida, Antônia Nely Moreira foi a primeira mulher cajazeirense a graduar-se em Enfermagem, em 1961, pela Universidade Federal do Ceará, tendo sido a oradora da turma. Ter duas filhas pioneiras em conquistar um diploma universitário demonstra, além de ter dado instrução superior a quase todos os filhos, a visão de um bravo sertanejo que valorizava a educação.
Os cinco irmãos homens de Cândida, todos receberam o nome de José: José Tarciso, José Jurandir, José João, José Juarez e José Filgueira. A devoção de Dona Bernardina e Seu Manoel com São José devia ser muito grande.
Cândida é digna de ser colocada no altar das fortes “Mulheres do Oeste” e que dignifica a vida social e educacional da terra de Padre Rolim.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário