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Francisco Cartaxo

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Cajazeiras sem deputado federal de novo?

22/07/2022 às 17h04 • atualizado em 22/07/2022 às 17h05

Cidade de Cajazeiras.

Francisco Frassales Cartaxo

Faz 28 anos que Cajazeiras não elege deputado federal. O último foi José Aldemir, eleito em 1994 com 32.657 votos, dos quais 5.442 em Cajazeiras, apesar de Vituriano de Abreu ter sido aqui o mais bem votado. Só elegemos quatro deputados federais no século XX: Ivan Bichara Sobreira (1954), Edme Tavares (1982 e 1984), Zuca Moreira (1990) e José Aldemir (1994), que tentou a reeleição, sem sucesso. Ivan Bichara plantara semente familiar e política no brejo paraibano, terra de dona Mirtes Almeida, sobrinha de Zé Américo e filha de Augusto de Almeida, prefeito de Guarabira. Por isso, nas três vezes que concorreu à Câmara Federal, Cajazeiras apenas complementava sua votação.

Dos conterrâneos, Edme Tavares foi o mais bem-sucedido.

Aproveitou as chances que lhe deram os governadores João Agripino, Ernani Sátiro, de quem foi líder quatro anos, e Ivan Bichara. Edme montou eficaz e duradoura estrutura eleitoral em Cajazeiras e em, pelo menos, duas outras áreas: Itabaiana e Santa Luzia. Isso lhe garantiu dois mandatos federais sucessivos. Perdeu-se em 1990, quando Moreira Lustosa foi eleito, contando com expressiva votação no vale do Rio do Peixe, mercê do apoio decisivo do empresário João Claudino. Em Cajazeiras Dr. Zuca obteve 5.009, mais do dobro dos 2.273 votos de Edme Tavares.

E os suplentes?

Além de Ivan, que assumiu após 1959, Chico Rolim, com a morte de Agripino em 1988, e em 1994, Antônio Vituriano, aliás, ambos mais bem votados em Cajazeiras. Ao longo do século XX e até agora, houve também candidaturas olímpicas, obedecendo a estratégias partidárias ou a interesses menores. No tempo da UDN e do PSD, por exemplo, foram candidatos os médicos Vital Cartaxo Rolim e Otacílio Jurema. Logo após 1945, na euforia democrática pela derrota do nazismo, seguida da deposição de Getúlio Vargas, com a legalidade do Partido Comunista, o agrimensor Sabino Guimarães Coelho obteve em Cajazeiras apenas seis votos, dos 48 conquistados na Paraíba! A partir de 1980, concorreram à federal: Paulo de Souza, José Maria Gurgel, Jeová Campos, Severino Dantas, Crisantina Cartaxo, Zélio Furtado, Gobira. Esqueci alguém?

Em 2022, a situação se repetirá?

Parece que abrimos mão de ter um representante autêntico na Câmara Federal. Frustrada, Cajazeiras apela para folclóricos e inúteis protestos. Falta seriedade. E uma estratégia correta que envolva a sociedade na discussão dos magnos problemas da Ribeira do Rio do Peixe.

Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

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