Cajazeiras quer?
O prefeito de Cajazeiras, Carlos Antônio (DEM), não se aguentou. Diante de pressões de todos os lados, o alcaide se viu num beco sem saída: engolir os sapos e depois correr o risco de ser engolido ou chutar o pau da barraca e impor seus pensamentos.
Carlos preferiu a segunda a opção, sabendo certamente dos problemas que está sujeito a enfrentar com aliados de vulto, como o deputado estadual José Aldemir (DEM). Além disso, terá que convencer os demais aliados históricos sobre quais são as qualidades que Marinho Messias possui que eles não têm.
Alijados
Até para um neófito em política a decisão do prefeito ficou clara: ele não confia em ninguém do seu grupo para entregar uma Prefeitura. Todos os que lhe rodeiam são passíveis de desconfiança e ainda sem crédito suficiente para receber das mãos dele a chave do cofre da Prefeitura. É a tradução mais simplória, porém real.
A reação de Zé Aldemir é compreensível. Ora, o deputado demonstrou desde 2002 o seu potencial eleitoral quando mesmo tendo o apoio do prefeito dividido entre tantos postulantes, conseguiu ser o mais votado, apesar de estar fora do poder e sem recursos financeiros.
Veio 2006 e uma reeleição consagradora. Só que na hora da escolha do timoneiro do grupo para os próximos quatro anos, Zé não irá influenciar um palito na escolha? Marinho é uma decisão isolada do prefeito, pelo menos por enquanto.
Resistência
Até agora, não houve publicamente uma liderança de peso do grupo que assine embaixo o nome do empresário como uma grande opção para enfrentar Léo Abreu (PSB). Todos têm restrições apesar de não comenta-las oficialmente com medo ou por respeito ao prefeito.
A forma de Carlos impor Marinho desagradou e muito ao deputado José Aldemir, que não esconde o incômodo de votar numa figura sem expressão popular e de pouco traquejo político. Agora imaginem o descontentamento de tantos outros que ainda se mantém silenciosos.
O preço
Todos se interrogam: quer dizer que todos nós temos que ceder para alguém que o maior atributo no processo de escolha é contar com a amizade fraterna e o entrelaçamento empresarial do prefeito.
Sem dúvidas a Oposição saberá se aproveitar muito bem disso nos palanques e guias eleitorais. O discurso de Léo está pronto por antecipação: o prefeito quer eleger um "sócio" na Prefeitura. Esse será o tom da campanha ainda que nada seja provado.
Só resta concluir que Carlos Antônio, pela experiência e habilidade na política, deve ter avaliado tudo isso e estar pronto para enfrentar os ataques da combativa Oposição de Cajazeiras. O problema é que o prefeito tende a sair muito arranhado da peleja eleitoral e pode ganhar, mas contraditoriamente sair perdendo, fragilizado e desgastado. Hoje, tem tudo para sair da Prefeitura aclamado pelo povo.
O futuro dirá se ele fez a opção mais correta. Os projetos de desenvolvimento de Cajazeiras estão em jogo. Como reagirão os empresários, igreja, comércio, entidades de classe a possibilidade de ter Marinho como prefeito da Terra do Padre Rolim?
Torçamos para que o empresário tome gosto, supere as expectativas e monte um plano de governo para elevar Cajazeiras a um pólo de distribuição comercial e a consolidação da cidade como centro de educação no Estado. No final, a cidade é que decidirá nas urnas. Léo está afiado, não esqueçamos, e Jeová, ao que tudo indica, irá para a luta.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário