Cajazeiras no G52 da Sudene?
Por Alexandre Costa
Ao longo de intensas tratativas com diretores e técnicos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) durante a formatação e promoção do seminário “Pacto das Águas”, realizado em Cajazeiras no último mês de março, que discutiu o aproveitamento sustentável das águas do São Francisco, tive a rara oportunidade de estabelecer uma solida rede de contatos com o corpo diretivo daquela autarquia desde o seu presidente, o general Araújo Lima até seus assessores diretos.
E foi durante uma dessas tratativas com um desses técnicos que fui abordado de forma incisiva: “Alexandre, você sabia que a cidade de Cajazeiras está incluída no G52 da Sudene?” Entrei em parafuso! G52? O que é isso? Era a porta de entrada que precisava para me inteirar do mais vigoroso e consistente programa, em andamento, para o enfrentamento dos desníveis socioeconômicos do Nordeste.
A Rede de Cidades Indutoras do Desenvolvimento-G52 consiste numa estratégia territorial para viabilizar as iniciativas do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), representando um marco inovador para a interiorização do desenvolvimento regional. É uma iniciativa da Sudene em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) para fortalecer capacidades dos municípios em planejamento, financiando e implementando projetos, inovação, governo digital e cidades inteligentes.
Trata-se de um grupo de cinquenta e dois municípios-polo, selecionados segundo critérios do IBGE por conta do papel de liderança que exercem em suas regiões e estarem inseridas na área de atuação da superintendência nos nove estados do Nordeste e dois do Sudeste (Minas Gerais e Espirito Santo). Um programa ambicioso que no seu escopo beneficia mais de vinte milhões de pessoas, 34,5% da população nordestina, que contribui com 46% do PIB nordestino algo em torno de 6,5% do PIB nacional.
Na Paraíba estão contemplados cinco municípios (Cajazeiras, Patos, Sousa e Campina Grande e João Pessoa). Nos nossos estados vizinhos, tem três no Rio Grande do Norte (Natal, Caicó, Mossoró) seis no Ceará (Crateús, Fortaleza, Iguatu, Juazeiro do Norte, Quixadá e Sobral) e quatro em Pernambuco (Caruaru, Petrolina, Recife e Serra Talhada).
Lançado em março, o G52 começa já começa a deslanchar com um amplo programa de capacitação para gestores e servidores municipais, recentemente um grupo de prefeitos desses municípios-polo visitaram Campina Grande para conhecer o projeto “Cidades Inteligentes” onde visitaram a área de demonstração de tecnologias desse projeto que compreende um dos principais eixos do plano, o de inovação.
Entendo que o G52 seria a grande oportunidade que esperamos a décadas para alavancarmos o desenvolvimento sistêmico na região do Alto Piranhas desengavetando projetos estruturantes adormecidos como a Zona Franca do Semiárido, o ramal da Transnordestina atrelado a exploração de minérios, Escola Agrotécnica para fomentar a agroindústria, linhas aéreas regulares e a duplicação da BR 230 a partir do Sertão no sentido Cajazeiras a Patos. A hora chegou!
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