Cajazeiras ganha Parque Tecnológico
Por Alexandre Costa
Passou quase desapercebida a fala do reitor da UFCG, Antônio Fernandes, durante o seminário sobre o aproveitamento das águas do Rio São Francisco, no último mês de março, quando ele anunciava para breve a criação em Cajazeiras de um Parque Tecnológico. Credito a pouca repercussão desse anuncio a falta de conhecimento específico, da grande maioria da população e de alguns segmentos da imprensa sertaneja, sobre a importância vital de um Parque Tecnológico para alavancar e consolidar o desenvolvimento socioeconômico de uma cidade ou região.
Afinal, o que é um Parque Tecnológico? Quais são os seus propósitos? Criados originalmente nos anos 1950 na Universidade de Stanford, Califórnia, durante a formação do Vale do Silício os chamados Parques Tecnológicos, são centros de inovação que consistem basicamente em reunir e desenvolver num espaço físico a interação intensiva entre a Universidade, Empresa e Governo com propósitos e objetivos claros de promover e difundir o desenvolvimento cientifico e tecnológico, transferir e aplicar o conhecimento atrelado as demandas do mercado fomentando as potencialidades econômicas em um ecossistema que engaje esses entes na produção de riqueza.
A brilhante iniciativa do reitor Antônio Fernandes de implantar um parque tecnológico no Sertão vem ao encontro do programa do Governo do Estado “Horizontes de Inovação” lançado no ano passado, juntamente com o projeto de lei que institui o Marco Legal da Ciência e Tecnologia na Paraíba com investimentos em pesquisa cientifica na ordem de R$ 28 milhões inserindo de vez a Paraíba no seleto ranking dos estados do país como gerador e impulsionador de ambientes de negócios, desenvolvedor do conhecimento e produtor de tecnologias para o fortalecimento das economias locais.
Por possuir cursos de excelência em tecnologia, Cajazeiras desponta como imbatível para sediar essa instituição. Possuímos hoje 04 Instituições de Ensino Superior, detentoras de 09 cursos ligados diretamente à tecnologia, Engenharia de Automação e Controle, Analise e Desenvolvimento de Software (ADS), Engenharia Civil, Matemática, Ciência da Computação, Marketing, Tecnologia em Construção de Edifícios e Arquitetura, um contingente de quase 2000 alunos. São cursos de ponta, como o de ADS, conceito 5 no ENADE (2017).
Formalizada oficialmente na última reunião do Conselho Deliberativo do SEBRAE, a nova Fundação Parque Tecnológico Celso Furtado com sede em Cajazeiras já nasce com instituições vinculadas de peso, como o BNB, UFCG, UEPB, IFPB, SEBRAE, SUDENE e chega para atuar como indutor do desenvolvimento sistêmico sertanejo robustecido com a chegada das águas do Rio São Francisco e para sanar um gravíssimo problema no ensino tecnológico no Sertão: a fuga de cérebros.
Muitos alunos são recrutados por empresas de desenvolvimento de software para os grandes centros mesmo antes de se graduarem, ou seja, apesar de sermos formadores de mão de obra extremamente qualificada, não temos como ela seja incorporada ao mercado local e regional. Eis o primeiro desafio!
Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário com MBA em Gestão Estratégica de Negócios, membro efetivo e fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras-ACAL
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