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Francisco Cartaxo

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Cajazeirados de ontem

16/08/2021 às 21h01

Cidade de Cajazeiras. (Coluna de Francisco Frassales Cartaxo).

Por Francisco Frassales Cartaxo

Não me refiro aos desbravadores que aqui aportaram, no começo do século XIX, quando Cajazeiras era apenas uma fazenda de gado, algodão e lavouras de subsistência, atraídos pelos dotes recebidos pelas filhas do sesmeiro Luiz Gomes de Albuquerque ou por familiares e amigos de Vital de Sousa Rolim I. Aqueles foram os pioneiros. Eu falo de “cajazeirados” que já encontraram o açude primitivo, a capela e o colégio e o arruado formador do núcleo urbano, chamado de “povoação”, depois de “villa”, sede do município, emancipado de Sousa em 1863.

Quero realçar quem veio integrar-se ao progresso de Cajazeiras, a partir do século XIX até os meados do século XX. Vieram do Ceará, seguindo as trilhas dos pioneiros, do vale do Jaguaribe e do Cariri ou do Rio Grande do Norte, da vizinhança e de lugares distantes. Gente que se tornou “cajazeirada”.

Lá atrás, procuravam aqui educar os filhos no colégio do padre Rolim. E se estabeleciam. Outros buscavam integrar-se a nosso crescimento e plantavam raízes na terra. Terra boa para plantar algodão, pasto para o gado, desenvolver o comércio. Assim chegaram, meninos ou adultos: André Rolim da Cunha, Higino Gonçalves Sobreira Rolim, Joaquim Gonçalves de Matos Rolim, João Bandeira de Melo, José Ferreira Guimarães, Bonifácio Moura, Juvêncio Carneiro, Claudino Dantas, Arsênio Herculado de Maria Araruna e tantos outros.

Há “cajazeirados” singulares. Ocupantes de cargos públicas relevantes, aqui fincaram raízes. O juiz Victor Jurema e o promotor público Ferreira Júnior são paradigmáticos. E os padres? A instalação da diocese, em 1915, reforçou o traço histórico. Depois veio o ciclo de progresso dos anos de 1920, proporcionado pela chegada da estrada de ferro, a implantação de usinas de beneficiamento de algodão, o comércio florescente. Durou décadas. Em momento posterior, figuras representativas foram os irmãos José e Tota Assis, os cearenses Francisco Matias Rolim e Raimundo Ferreira. Estes, tiveram impressionante sucesso nas lides comerciais e de prestação de serviços, e assumiram lideranças de clubes sociais e de serviços. Daí para a política foi um pulo. Chico Rolim com enorme sucesso. O inovador Raimundo Ferreira, nem tanto. Ainda hoje se fala no “forasteiro”. Explicação simplicista e falsa para as duas malogradas tentativas de ser prefeito de Cajazeiras, nos anos 60.

Neste século XXI, o polo universitário funciona como forte atrativo. Mas para virar “cajazeirado” é necessário, pelo menos, conhecer nossa história.

Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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