Brasília
Por Padre Renato
O sol vai se pondo e, ao mesmo tempo, desenhando no céu azul uma aquarela em um amarelo pouco tingido. O arco azul que se firma sobre as cabeças parece não ter fim, e realmente não o tem. A imensidão da abóbada celeste dá uma sensação de transcendentalidade que nos mergulha no sagrado.
Lá, olhando para o horizonte, temos a impressão de que já estamos vivendo as realidades futuras. O oxigênio que se respira, por vezes, é seco e sem nenhuma umidade; contudo, ele penetra os pulmões renovando a vida que a cada dia se constrói.
O chão é muito bem regado pelo suor e pelo sangue de muitos que, há cinqüenta anos, se dispuseram a atender ao chamado do seu líder, o presidente, que queria executar o sonho de todos os brasileiros. Brita, areia, ferro, cimento, tudo isso num ritmo frenético, misturado à poeira vermelha daqueles ermos serrados. Barro liguento que, impregnado aos pés dos candangos, ia tomando forma e, aos poucos, viravam o Congresso Nacional, cada um dos ministérios na imponente esplanada, a Catedral. À argamassa, misturou-se o trabalho de inúmeros.
Brasília, 50 anos. Somente quem já morou naquela cidade compreende que, nela, há um misticismo atmosférico. Lá, tudo é diferente; nem parece que estamos no planeta Terra. A aura de mistério que envolve cada passo dado se faz notar.
Comprova o que eu digo ficar meia hora na Ermida Dom Bosco, por exemplo, ou então, simplesmente contornar o Lago Paranoá, contemplando quase que permanentemente o Plano Piloto, sempre à esquerda.
O sonho dos homens e mulheres que sacrificaram tudo se traduz no que temos hoje: a cidade da esperança. Brasília, para um sem número de brasileiros, é ainda sinônimo de futuro. Mais lembrada pelas falcatruas políticas, não se deve esquecer que a capital brasileira é muito mais que isso.
Para quem a conhece por dentro, Brasília é expressão de Brasil: grande, forte, altaneira, promissora, acolhedora que não distingue origem, cor, credo, ideologias.
Brasília é uma casa.
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