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Heberth Melo

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Bolsonaro: De mito as vaias

28/08/2021 às 07h53 • atualizado em 28/08/2021 às 07h55

Coluna do professor Heberth Melo.

Por professor Heberth Melo

A paciência do povo brasileiro para com o atual presidente da república esvaiu-se, acabou-se a tempos, ninguém aguenta mais suas mentiras, falácias e bravatas de improviso, o país que outrora era um país de futuro, perdeu seu presente e não tem mais esperança em nada. Bolsonaro veio para instalar a corrupção e destruir o país, conseguiu.

O presidente que outrora afirmava com veemência que o apelo da população deveria ser ouvido quando se manifestava a favor do impeachment, agora com a mesma veemência nega o apelo do povo quando se refere ao seu impeachment. Depois de vários desmandos e denúncias de ilicitudes, como peculato (rachadinhas), funcionários fantasmas e laranjas, como o miliciano Queiroz , dele e de seus filhos, fake News, crimes de responsabilidade e prevaricação, a população brasileira foi às ruas pedindo o impeachment do atual chefe do executivo nacional. Segundo dados divulgados pelo jornal El Pais a rejeição de Bolsonaro chega a 62%, esta sendo em sua maioria devida má gestão da pandemia de COVID 19 e aos ilícitos descobertos na atual CPI do senado além dos pedidos de impeachment.

As vaias chegaram para ficar, é uma resposta a uma série de retrocessos e perdas que a população brasileira, entre elas os trabalhadores, estão tendo paralelamente com as denúncias de seu “desgoverno”. O povo despertou, a maior parte da população não aguenta mais suas mentiras e chiliques em rede nacional, de 2018 pra cá o que se tem visto é um aumento desenfreado dos bens de consumo, e, da chegada da inflação na contramão das conquistas que o povo brasileiro havia alcançado anos antes. Com uma agenda que destruiu os direitos do trabalhador aliado a uma entrega de empresas brasileiras ao mercado internacional, Bolsonaro conseguiu reunir tudo que há de pior em um gestor. Citando também ataque as instituições em uma tentativa de impor ao Brasil um regime autoritário. O povo brasileiro que foi vítima das mentiras e enganações de Bolsonaro em 2018, parece ter acordado de um pesadelo que já dura dois anos e meio e a reação prática para esses mandos e desmandos, para esses abusos e pactos com a corrupção desenfreada são as vaias, marca autêntica e espontânea do povo brasileiro. As vaias já vem há algum tempo desde quando o presidente invadiu um avião da Gol, quando Bolsonaro quando visitou o Mackenzie em SP no dia Internacional da Mulher, recebeu o mesmo tratamento na final da copa américa e mais recentemente em um evento na cidade de Juazeiro do Norte, na Região do Cariri, no Ceará, ao citar a presença de um deputado amigo e aliado, do mesmo partido do presidiário Roberto Jefferson. Bolsonaro dessa forma consegue atrair para si o mesmo veneno que destilou contra adversários e desafetos, só que desta vez, com exceção da pequena bolha social que o segue que está ficando cada vez menor.

O deputado Pedro Bezerra (PTB) afirmou ao jornal Diário do Nordeste que: “Eu já imaginava, mas é uma obra que leva o nome do meu avô e foi iniciada e concluída na administração do meu pai, eu não poderia deixar de ir. Sabia que teria uma tensão, mas não imaginava que seria tão hostilizado”. Mas a culpa é da própria gestão do governo Bolsonaro, ele mesmo é responsável por estas manifestações, ninguém aguenta mais suas mentiras, é um mentirosos compulsivo, ninguém aguenta mais o desemprego, a inflação, as privatizações, as denúncias de corrupção, o preço do gás de cozinha, combustíveis, óleo, arroz, eletricidade etc. Ninguém aguenta mais Bolsonaro.

O presidente Bolsonaro afirmou que “As manifestações vindas do povo são sempre bem-vindas. Dificilmente teremos um político que já não passou por situações antagônicas. Isso serve muitas vezes para redirecionar nosso trabalho. Raramente vamos encontrar um político que não tenha sido aplaudido ou vaiado. Mas faz parte da regra do jogo”. Apesar do discurso citado acima onde o presidente tenta remediar as manifestações negativas a seu respeito ele não tem feito nada para mudar esta realidade, muito pelo contrário, tem insistido em práticas que estão agravando os problemas brasileiros, as nossas desigualdades sociais e construindo sem duvidas nenhuma o pior governo da história brasileira. Bolsonaro deixará a cadeira de mandatário maior do país para se tornar um símbolo eterno da história de como a incompetência e ingerência podem destruir um país em apenas dois anos e meio.

As vaias sempre foram uma marca do nosso povo, uma prova da nossa irreverência e iconoclastia, somos naturalmente autênticos e expressamos sem nenhuma vergonha nossos sentimentos. Para Bolsonaro que surfou na onda de uma direita conservadora e medíocre impondo bandeiras de falso moralismo onde as máscaras serviram por pouco tempo, para esconder a verdade, caíram, e, agora vem à tona as mentiras contadas e com elas as vaias que são verdadeiras e merecidas, porque mesmo com o apoio da elite do atraso, de empresários corruptos, da imprensa que até certo ponto foi corrupta e de investidores internacionais que bancaram financeiramente a maior campanha de um presidente da república, agora tudo foi por água abaixo. As mentiras chegaram ao fim, ninguém acredita mais, e, a verdade surge como uma febre que ataca o povo brasileiro, que hoje usa as vaias como termômetro e válvula de escape para mostrar seu descontentamento com o atual gestor do executivo nacional. Bolsonaro hoje só colhe o que plantou e as vaias estão apenas começando, pode ser que em 2022 ele não ouça nem aplausos nem vaiais e sim o tilintar da porta da cela em que ele poderá estar.

Quem viver, verá…

Heberth Melo

Heberth Melo

Possui formação acadêmica em Direito pela UFCG e Letras pela UFPB. É docente no ensino superior, na Faculdade São Francisco da Paraíba, FASP, Especialista em Direito Civil, Direito Penal, Processual Penal e Criminologia. Mestre em Ciências da Educação Pela UTIC – PY e Mestrando pela UERN em Ciências Sociais e Humanas.

Contato: [email protected]

Heberth Melo

Heberth Melo

Possui formação acadêmica em Direito pela UFCG e Letras pela UFPB. É docente no ensino superior, na Faculdade São Francisco da Paraíba, FASP, Especialista em Direito Civil, Direito Penal, Processual Penal e Criminologia. Mestre em Ciências da Educação Pela UTIC – PY e Mestrando pela UERN em Ciências Sociais e Humanas.

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