Avenida Francisco Arcanjo de Albuquerque: avenida do comerciante
Por José Antonio – No último dia 10 de maio de 2024, o governador João Azevedo, ao entardecer, inaugurou solenemente a Avenida Francisco Arcanjo de Albuquerque, com uma excelente pavimentação asfáltica, pista para caminhada e uma bela iluminação central, o que possibilita um novo acesso para o centro da cidade, partindo da BR 230.
Na ocasião, tive a oportunidade de usar da palavra para agradecer ao governador por mais esta obra de mobilidade urbana, que vai facilitar o acesso de milhares de estudantes, que têm as suas escolas às margens da BR 230, bem como todos aqueles que desejam ingressar ao centro da cidade através desta avenida que está conectada à Rua João de Sousa Maciel e Sebastião Bandeira de Melo, chegando à Praça Coronel Emídio Cartaxo e a Rua Padre Manoel Mariano de Albuquerque.
A Câmara Municipal de Cajazeiras, por propositura do vereador Lamark Barros, levou ao plenário a designação de Avenida Francisco Arcanjo de Albuquerque o que teve a aprovação unanime de seus pares, a quem agradecemos a iniciativa.
Mas quem é o patrono desta avenida?
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Francisco Arcanjo de Albuquerque, nasceu no Sítio Coxos de Cima, município de Cajazeiras, no dia 08 de maio de 1920, mas no seu registro consta o ano de 1918 e ele explicava: o aumento da idade foi para poder ser eleitor.
Seu pai, José Antonio de Albuquerque (1851-1926) era viúvo quando se casou em segundas núpcias com Isabel Rodrigues de Albuquerque (1894-1972), ela tinha apenas 25 anos e ele 68, portanto era mais velho que minha avó 43 anos e o conheceu poucos dias antes do casamento. Naquele tempo quase todos os casamentos eram “acertados” entre as famílias.
Desta união nasceram quatro filhos: Francisco Arcanjo de Albuquerque, Beatriz Rodrigues de Albuquerque, Jonas Albuquerque e Aleluia Albuquerque. Dos quatro, Jonas e Aleluia faleceram ainda crianças.
Aos oito anos de idade, em 1928, ficou órfão de pai e tomou para si a obrigação de trabalhar para dar sustento a minha avó Isabel e a minha tia Beatriz e ficou prestando serviços aos donos das propriedades da vizinhança do Sitio Coxos de Cima, onde residia.
Nos anos bons de inverno tudo era mais fácil, mas quando tinha 12 anos de idade, aconteceu a grande seca do ano de 1932. Não teve alternativa e foi em busca de trabalho nas frentes de serviços.
Inicialmente foi “cassaco” na construção da estrada que ligava Sousa a Pombal, mas terminou conseguindo um serviço no “terreiro de casa”: a construção do Açude de Boqueirão de Piranhas e sua função era a de catador de raiz.
Foi a construção deste Açude que proporcionou a criação da vila, hoje Distrito de Engenheiro Ávidos e quis o destino que um dia, 13 anos depois, seria nela que meu pai ia se engraçar de sua bela, querida e amada Leopoldina e com ele se casar.
Mas para a realização deste enlace minha mãe impôs uma condição: só casaria se ele deixasse o sítio e viesse morar na Vila, mas tinha um obstáculo: quem cuidaria de minha avó? Aí minha mãe fez um acordo: a recebeu de coração e braços abertos e que sua sogra viesse morar com ela e se constituiu numa presença bendita e abençoada no seio de nossa família.
Quando veio morar na vila, vendeu um cavalo, um silo de 10 quartas de milho e juntou com os réis que amealhou com o fruto de seu trabalho e comprou uma casinha na beira do Rio Piranhas.
Com muita disposição para trabalhar, botou uma bodega e minha mãe ficava tomando de conta, enquanto ele tocava também a sua roça no Sitio Coxos e uma vazante que conseguiu junto ao DNOCS, na bacia do açude que ele ajudou a construir.
Meu pai vivenciou muitas outras secas durante os seus 82 anos de vida e sobre elas viveu a epopeia de um grande cavaleiro da esperança e um homem obstinado pelo trabalho e pelas estradas da vida construiu uma grande família, que foi comandada por ele, até 2002, quando faleceu, e minha mãe, até os seus quase 92 anos de idade, quando veio a falecer no ano de 2015.
Toda a família está imensamente agradecida pela homenagem prestada ao patriarca da família, que ao longo de sua vida amou imensamente Cajazeiras e o seu povo.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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